Instituto Nacional de Ciências dos Materiais em Nanotecnologia

Resumo

O Instituto Nacional de Ciências dos Materiais em Nanotecnologia (INCMN) está sendo proposto por pesquisadores da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), Universidade Federal de Piauí (UFPI), Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Goiás (UFG), Universidade Estadual de Goiás (UEG), Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) e Centro Federal de Educação Tecnológica do Maranhão (CEFET-MA). A interação entre todos os pesquisadores das universidades citadas é ressaltada pelas publicações em revistas internacionais e alto índice de impacto, que configura uma rede de pesquisa. As atividades do Instituto proposto serão totalmente devotadas ao aperfeiçoamento da pesquisa interdisciplinar e multidisciplinar. O Instituto está sendo constituído com a múltipla missão de encorajar a pesquisa básica e a pesquisa aplicada de modo a que novos conhecimentos possam ser constantemente gerados e promovendo uma transferência sistemática desse conhecimento para aplicações tecnológicas e com propósitos educacionais. Para alcançar esses objetivos, o Instituto elege a indústria e as escolas de todos os níveis como parceiros qualificados para a tarefa. Além disso, o Instituto se compromete a abrir os canais de conexão entre esses novos conhecimentos e a sociedade. Também deve ser ofertada excelente educação científica, renovando as ligações entre o corpo docente e os alunos, de modo que eles possam compartilhar com seus professores a satisfação da descoberta científica. O Instituto Nacional de Ciências dos Materiais em Nanotecnologia tem como foco principal o de gerar conhecimento por meio de estudos básicos em síntese, caracterização e processamento de materiais cerâmicos nanométricos e também aplicar tal conhecimento no desenvolvimento de cerâmicas eletrônicas de alto desempenho, Incluindo dispositivos baseados em filmes finos. Esse conhecimento será gerado em diferentes instituições, desde o sul até o nordeste do país. Isso tornará o conhecimento descentralizado e difundido, o que poderá gerar benefícios sociais e econômicos em diferentes regiões do país. Além dos desenvolvimentos tecnológicos que poderão contribuir diretamente para os benefícios sociais, uma parte importante do projeto é a difusão do conhecimento em todos os níveis, isto é, desde o nível básico até o nível de pós-graduação. Uma análise da produção científica do CMDMC, revela um crescente aumento do número de trabalhos publicados nos últimos 8 anos (trabalhos publicados em revistas internacionais 774 e revistas nacionais 60). Com o objetivo de gerir adequadamente a pesquisa, inovação e difusão do conhecimento, existe atualmente no Centro Multidisciplinar para o Desenvolvimento de Materiais Cerâmicos (CMDMC) três divisões, a saber: Divisão de Pesquisa (DP), Divisão de Inovação (DI) e Divisão de Disseminação e de Educação Continuada (DDEC). Esse sistema organizacional será expandido para o Instituto Nacional de Ciências dos Materiais em Nanotecnologia (INCMN), englobando as instituições que não fazem parte do CMDMC. A diretriz da DP é a de dar apoio às outras duas divisões, por meio do estudo e do desenvolvimento de materiais cerâmicos avançados. O conhecimento gerado por meio da pesquisa básica desenvolvida pela DP será empregado, ou direta ou indiretamente, para ajudar na resolução de problemas colocados pela indústria, assim como demandas por novos materiais, processos e produtos. Essas novas percepções derivadas da pesquisa básica também serão de uso direto no processo de educação de estudantes de nível médio, graduação e pós-graduação. A DP é composta por cinco linhas de pesquisa: Síntese Química, Materiais não Cristalinos para aplicações Ópticas, Materiais Ferroelétricos para Memórias não Voláteis, Materiais Condutores Iônicos e Eletrônicos para Sensores e Células a Combustível, Semicondutores para Sensores, Compósitos, Materiais Magnéticos para Sensores e Catalisadores. A DI tem por objetivo o desenvolvimento de novos produtos e o aperfeiçoamento de processos, visando à qualidade, resultados de interesse comercial e relações custo/benefício favoráveis. Para otimizar projetos diminuindo custos, os parceiros empresariais serão associados à universidade por meio do Instituto, numa cadeia produtiva na qual os pesquisadores interajam com fornecedores de matérias primas, com as empresas que as processam e com o usuário final, frequentemente outra empresa. Como um exemplo de uma cadeia produtiva de sucesso, podemos citar a interação existente do nosso grupo com a CSN, White Martins, Faber Castell, Togni Materiais Refratários, Tecnident Materiais Odontológicos, Ângelus Ind. Prod. Odontológicos Ltda, Petrobras, KosmoScience, Nanox, Natura, Unilever, etc. (Tabela 1). Esse modelo de operação é comum no relacionamento com os nossos parceiros industriais. A interação com a Companhia Siderúrgica Nacional, por exemplo, têm sido atuante ao longo desses últimos 16 anos, com 42 projetos completados com resultados financeiros proeminentes. Ela também envolve o estudo de novas rotas para a obtenção de pigmentos cerâmicos nanométricos. Essa abordagem é crucial para se obter materiais cerâmicos de alta qualidade, tanto para o mercado interno quanto para o mercado externo. A DDEC será um órgão atuante, permanentemente interessado nos assuntos educacionais, devotado em detectar e satisfazer com eficiência às necessidades de professores e alunos, assim como da escola pública, bem como, em nível de graduação e pós-graduação inserindo-os no contexto nacional e internacional. Por outro lado, um dos objetivos permanentes do DDEC é o desenvolver e manter Programas de Educação Continuada para professores e pessoal técnico e disseminar ciência e tecnologia para a comunidade. A DDEC também desenvolverá mecanismos para se tornar autossuficiente por ocasião da sua implementação completa. (AU)