Análise proteômica da película adquirida salivar formada sobre esmalte e dentina tratadas com fluoreto.

Resumo

Biofilmes são definidos como comunidades bacterianas organizadas aderidas a uma superfície, os quais devido a sua maior resistência a antimicrobianos que bactérias em estado planctônico, uma das estratégias de combater doenças provocadas por biofilmes é interferir com a formação do biofilme. Placa dental é um exemplo clássico de biofilme, o qual é fator necessário para o desenvolvimento tanto de cárie como doença periodontal. A formação de um biofilme é precedida pela formação de uma película condicionante sobre a superfície onde o biofilme se organizará, e quando formada sobre esmalte ou dentina tem sido chamada simplesmente de película adquirida. A película adquirida é formada por proteínas salivares que se adsorvem especificamente a estrutura de hidroxiapatita (HA) do esmalte-dentina. Por outro lado, quando fluoreto profissional é aplicado no esmalte-dentina há uma dissolução da HA com a formação na superfície dental de produtos de reação tipo CaF2, o que deve provocar mudanças no tipo de proteína que se adsorve ao esmalte tratado com fluoreto. Assim, temos observado redução de bactérias do grupo mutans no biofilme dental formado tanto no esmalte (Paes Leme et al., 2004) como na dentina (Vale et al., 2009) nos quais previamente foi feita aplicação tópica de flúor fosfato acidulado. Essa menor contagem de mutans pode estar relacionada com o tipo de película formada e o objetivo do presente trabalho será avaliar a composição da película adquirida formada in vitro e in situ sobre blocos de esmalte e dentina pré-tratados com flúor tópico acidulado.