Análise etofarmacológica do labirinto em cruz elevado aberto para avaliar comportamentos defensivos e a antinocicepção induzida pelo medo em camundongos

Resumo

Muitos modelos animais têm sido usados para avaliar os transtornos de ansiedade. Como exemplo pode-se citar o Labirinto em Cruz Elevado Padrão (LCEp), um modelo amplamente usado para avaliar a ansiedade e o potencial ansiolítico e ansiogênico de drogas. O LCEp consiste de dois braços abertos, unidos ortogonalmente a dois braços fechados, sendo o conjunto elevado do solo. O LCEp é também usado para avaliar a influência do medo (dos braços abertos) sobre a nocicepção. Neste sentido, a exposição de camundongos ao LCEp elicia reações comportamentais defensivas e produz antinocicepção avaliada pelo teste da retirada da cauda (tail-flick test). Em experimentos realizados em nosso laboratório, camundongos expostos ao LCEp não exibem marcante redução da resposta nociceptiva, verificada pelo teste da formalina. No entanto, quando confinados aos braços abertos do LCEp ou expostos ao LCE todo aberto (LCEa: com 4 braços abertos) é verificada uma antinocicepção de elevada magnitude. Esta reação adaptativa é provavelmente devida ao fato dos animais estarem diante de uma situação aversiva proximal, da qual não têm a oportunidade de esquiva dos braços abertos, caracterizando uma condição de indução de medo. Assim, o presente estudo investigará quais outros comportamentos defensivos são exibidos pelos animais expostos ao LCEa e com isso correlacioná-los com a antinocicepção induzida pela exposição ao LCEa. Em conjunto, o estudo possibilitará a avaliação etofarmacológica do LCEa com vistas ao entendimento dos mecanismos subjacentes a antinocicepção induzida pelo medo. (AU)