Ação das metaloproteinases (MMPs) na remodelação gonadal durante a inversão sexual no hermafroditismo juvenil e sequencial em peixes Teleostei

Resumo

Os Teleostei apresentam grande plasticidade frente à expressão sexual, sendo frequente a condição de hermafroditismo entre espécies de diferentes ordens. Durante a inversão sexual, ocorre degeneração do tecido gonadal do primeiro sexo, seguida pela substituição, desenvolvimento e maturação do tecido germinativo do sexo oposto. As alterações que ocorrem no epitélio germinativo são bastante conhecidas, porém mudanças significativas, até então pouco estudadas, também ocorrem no compartimento intersticial, que, quando associadas às alterações do epitélio, tornam-se as principais responsáveis pelas modificações morfo-funcionais da gônada. Essas mudanças no tecido gonadal envolvem uma extensa remodelação do tecido intersticial. Exercendo importante modulação na matriz extracelular, as metaloproteinases (MMPs) podem estar envolvidas neste processo durante a inversão sexual dos Teleostei. Dada a ausência de informações sobre a ação das MMPs na remodelação gonadal dos peixes, e sabendo-se da necessidade de se conhecer novos mecanismos que permitam sua manipulação sexual, o presente trabalho propõe avaliar a ação das MMPs na remodelação tecidual, bem como seu papel nas alterações morfofisiológicas da gônada durante a inversão sexual em duas espécies de Teleostei, as quais apresentam hermafroditismo juvenil (Danio rerio) e hermafroditismo sequencial (Synbranchus marmoratus). Em associação a estes dados, a proposta pretende ainda traçar um perfil comparativo, entre as duas espécies, sobre a atuação de novas células intersticiais - os telócitos - até então ainda não descritas para Teleostei, durante a determinação sexual. (AU)