Perfil clínico, epidemiológico e laboratorial de pacientes com doença febril aguda encaminhados para investigação de malária em hospital de referência situado em área não endêmica

Resumo

A malária ainda é uma ameaça global em áreas endêmicas para a doença. Aproximadamente 40% da população mundial está sob risco de infecção, concentrada em 97 países, dentre eles o Brasil, onde a transmissão de malária ocorre. No entanto, é considerável o número de casos importados por viajantes, que vão para regiões endêmicas e retornam para regiões não endêmicas com a doença. O número de casos de malária importados soma 25 mil em todo o globo anualmente. No estado de São Paulo, região não endêmica para a doença, em 23 anos, os casos de malária somaram 25.825, dentre os quais, 90% foram importados. Em 2013, dos 113 casos de malária no estado, apenas 11 foram autóctones. A mortalidade entre os diagnosticados com a doença em região não endêmica, como o estado de São Paulo, é muito maior, quando comparada aos que receberam o diagnóstico em uma região endêmica, como a Amazônia, responsável por mais de 90% dos casos de malária registrados no Brasil. A mortalidade se deve principalmente ao atraso no diagnóstico e no tratamento da doença em regiões não endêmicas. E boa parte do atraso no diagnóstico de malária em regiões não endêmicas se dá porque sintomas iniciais da doença são inespecíficos e comuns a inúmeras outras doenças febris agudas. Frente a isso, o estudo das características clínicas, epidemiológicas e laboratoriais dos pacientes com suspeita de malária colaborará com o aperfeiçoamento do manejo desses pacientes atendidos em serviços de saúde localizados fora de áreas endêmicas. (AU)