Exposição de gestantes brasileiras aos compostos perfluorados em sangue: níveis e correlações com possíveis implicações para a saúde.

Resumo

Nos últimos anos, com a modernização e os desenvolvimentos tecnológicos, a população do mundo está exposta a uma nova categoria de contaminantes, que são muitas vezes referidos como contaminantes emergentes. Dentre eles, os retardadores de chama (FR) são uma classe de substâncias químicas usadas para reduzir os riscos de incêndio em materiais utilizados em edifícios. Estes compostos tornaram-se um tópico de preocupação para a saúde humana devido ao seu potencial para induzir efeitos adversos, incluindo hepatotoxicidade, neurotoxicidade, embriotoxicidade, alterações imunológicas e endócrinas e carcinogenicidade. A biomonitorização da exposição a contaminantes ambientais emergentes é uma prática comum nos países desenvolvidos há mais de uma década. Os dados obtidos nos estudos de biomonitoramento ajudam pesquisadores e agências de saúde pública a realizar avaliações de risco e exposição, que podem ser usadas para mitigar a exposição a esses compostos por populações vulneráveis (por exemplo, crianças, mulheres grávidas) e reduzir a liberação desses compostos para o ambiente. No entanto, no Brasil, os estudos de biomonitoramento da exposição humana ainda são escassos. Pouco se sabe sobre a exposição de brasileiros a retardadores de chama usados em produtos eletrônicos e outros produtos domésticos. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo é determinar os teores de éteres difenílicos polibromados (PBDEs) em amostras de sangue de gestantes residentes na cidade de Ribeirão Preto, Estado de São Paulo, e correlacionar os níveis com possíveis alterações na saúde, como a Diabetes Mellitus gestacional (GDM) e hipertensão. Desta forma, espera-se que os resultados do presente trabalho possam contribuir para um melhor conhecimento da exposição aos FRs/PBDEs em nossa população e seus riscos associados à saúde.