Ciclagem de fósforo pela braquiária consorciada com cafeeiro

Resumo

O cultivo de café no Brasil se dá, em sua maioria, a pleno sol com o solo descoberto, o que favorece o aparecimento de estresses, principalmente por altas temperaturas no solo e falta de água. O aumento da temperatura do solo prejudica o desenvolvimento radicular e, por consequência, da planta toda. Dentre as maneiras de se amenizar esses efeitos negativos está a adoção de consórcio entre culturas. A braquiária vem sendo adotada pelos produtores em consórcio com o cafeeiro e, ainda que empiricamente, o sistema se mostra viável. Observa-se que o cafeeiro consorciado com braquiária tem manutenção ou pequenas perdas de produção em anos de estresse hídrico intenso. Além disso, há relatos da promoção de vários benefícios como cobertura do solo, aporte de matéria orgânica, agregação do solo, redução na evaporação de água, solubilização e ciclagem de nutrientes. O foco do projeto é a ciclagem do fósforo. Nesse sistema, a braquiária que cresce na entrelinha é roçada e seus resíduos depositados sob a saia do cafeeiro. Por possuir um sistema radicular que explora grande volume de solo, a braquiária seria capaz de absorver nutrientes fora da zona de alcance do cafeeiro, disponibilizando-os após decomposição ao mesmo e aumentando a ciclagem de nutrientes. No entanto, há controvérsia entre os produtores e pesquisadores quanto aos possíveis benefícios desse consórcio, havendo, assim, necessidade de serem verificados e quantificados. Não se sabe se o processo de ciclagem de nutrientes de zonas profundas pela braquiária existe de fato e qual seria sua eficiência. Com um experimento de campo, um em rizotron e outro em hidroponia, este projeto pretende verificar a existência da ciclagem do P, bem como a magnitude da mesma.