Metabolismo lipídico e resistência a múltiplas drogas em tumores cerebrais

Resumo

Os gliomas são conhecidos por seu péssimo prognóstico e sua tendência a desenvolver resistência às quimioterapias atualmente disponíveis na clínica. Existem evidências da capacidade dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFAs) da família n-3, ácidos eicosapentaenóico (20:5 n-3) (EPA) e docosahexaenóico (22:6 n-3) (DHA), de interferir com a resistência à quimioterapia em vários tumores. Os PUFAs podem influenciar aspectos de proliferação e morte celular além de interferir nos processos de migração e invasão, porém os efeitos e os mecanismos de ação destes PUFAs sobre a resistência aos quimioterápicos são menos conhecidos em gliomas. O projeto tem como objetivo melhor entender as vias pelas quais PUFAs n-3 interferem na biologia de gliomas, estudando o efeito de PUFAs n-3 sobre a resistência à quimioterapia em células de glioma sensíveis e resistentes à quimioterapia in vitro e in vivo. Além disso, pretendemos aliar os efeitos dos PUFAs n-3 a outros compostos capazes de perturbar o metabolismo lipídica em busca de efeitos ainda mais acentuados do que os observados individualmente. O projeto vai focar nos efeitos dos tratamentos sobre o ciclo celular; apoptose; ferroptose; migração e invasão celular; metabolismo energético e de ácidos graxos e eicosanoides; e resistência à quimioterapia. Espera-se que esta abordagem permitirá obter um melhor entendimento da ação de PUFAs n-3 sobre as células de glioma tanto in vitro quanto in vivo e identificar se têm potencial para melhorar a resposta celular à quimioterapia. Em paralelo, a expressão proteica de 15HPGD e PTGR1 será avaliada por imunohistoquímica como possível marcador prognóstico para uso em laboratórios de patologia do SUS, junto com marcadores já utilizados na prática clínica atual. (AU)