Produção e caracterização de biocolorantes azuis oriundos de fungos filamentosos

Resumo

Biocolorantes naturais têm ganhado grande notoriedade nos últimos anos devido à tendência emergente dos consumidores de buscarem por produtos contendo ingredientes e aditivos mais naturais, ambientalmente amigáveis e sustentáveis, bem como por estes colorantes serem frequentemente associados à promoção da saúde, uma vez que muitos destes compostos são atribuídos a diversas atividades biológicas de interesse. Desta forma, tornou-se crescente a procura por colorantes naturais alternativos que sejam estáveis e seguros do ponto de vista toxicológico, especialmente os de tons azulados, por serem escassos na natureza e por possuírem limitadas opções destes colorantes que sejam estáveis nas condições de processamento. Neste contexto, alguns microrganismos produtores de pigmentos azuis vêm sendo investigados por nosso grupo de pesquisa, como o fungo extremófilo Antarctomyces pellizariae, isolado da neve na península antártica, o qual produz um pigmento azul ainda não identificado em condições de baixa temperatura e em meios de cultivo específicos. Acredita-se que trata(m)-se de nova(s) molécula(s) com propriedades químicas e biológicas de interesse. Outrossim, estudos prévios do grupo identificaram que a biomassa fúngica de Fusarium oxysporum contendo o pigmento vermelho bicaverina, pode ser convertida em uma biomassa azulada após tratamentos térmicos. Contudo, o mecanismo de alteração da cor também se encontra sob investigação. Portanto, este projeto tem como objetivo avançar com os estudos de elucidação das estruturas químicas dos compostos azulados desconhecidos, bem como avaliar as atividades biológicas de ambos os pigmentos, e avaliar a estabilidade do pigmento azul de A. pellizariae frente a diferentes condições de processo e ambientais.