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Trabalhos subalternos no novo mercado legal transnacional da cannabis: do sul ao norte global

Processo: 24/16113-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Pesquisador Visitante - Internacional
Data de Início da vigência: 13 de maio de 2025
Data de Término da vigência: 23 de maio de 2025
Área do conhecimento:Ciências Humanas - Ciência Política - Política Internacional
Pesquisador responsável:Paulo José dos Reis Pereira
Beneficiário:Paulo José dos Reis Pereira
Pesquisador visitante: Robert Chlala
Instituição do Pesquisador Visitante: University of California, Los Angeles (UCLA), Estados Unidos
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Sociais. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Cannabis  Capitalismo  Corporações  Trabalho 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cannabis | capitalismo | Colonialidade | controle internacional das drogas | Corporações | trabalho | Integração internacional, conflito, guerra e paz

Resumo

O projeto examina as dinâmicas do trabalho subalterno no emergente mercado legal transnacional da cannabis, com um foco nas relações entre o Sul e o Norte Global. À medida que a legalização da cannabis avança em diversas jurisdições, grandes corporações transnacionais se beneficiam da expansão desse mercado, consolidando uma nova divisão global do trabalho. Trabalhadores do Sul Global frequentemente ocupam posições marginais nas cadeias produtivas e de fornecimento, enquanto o Norte Global colhe os maiores benefícios econômicos e regulatórios. O estudo busca mapear as condições de trabalho, as formas de exploração e as estruturas de poder que emergem desse processo, utilizando uma abordagem crítica e comparativa, analisando como essas dinâmicas perpetuam desigualdades históricas e estruturais.O projeto é fundamentado teoricamente pela Teoria Pós-Colonial e os Estudos Subalternos, com autores como Gayatri Spivak, Dipesh Chakrabarty e Aníbal Quijano. Spivak aborda o silenciamento das vozes subalternas, possibilitando refletir sobre trabalhadores agrícolas do Sul Global no mercado de cannabis. Chakrabarty discute como a modernidade capitalista distorce os modos de vida nas periferias globais. Quijano explora a colonialidade do poder, mostrando como relações coloniais ainda moldam o trabalho no capitalismo contemporâneo. O projeto também dialoga com Ananya Roy e Saskia Sassen, que analisam a exclusão das vozes subalternas e a integração desigual do Sul Global nos mercados globais. Todos esses aspectos ajudam a compreender o novo contexto do trabalho no novo mercado transnacional de cannabis.Metodologicamente, o projeto adota uma abordagem qualitativa e exploratória, buscando mapear as condições iniciais de trabalho e as estruturas de poder no mercado transnacional da cannabis. Ele se desenvolve em três etapas principais: a primeira envolve uma revisão extensa de literatura sobre o mercado legal da cannabis, trabalho subalterno e dinâmicas coloniais e pós-coloniais, além da análise de documentos de políticas públicas, regulamentos e dados de mercado. A segunda etapa consiste na realização de estudos de caso comparativos em dois contextos representativos, um no Sul Global (possivelmente Uruguai ou Colômbia) e outro no Norte Global (como Canadá ou Estados Unidos), contrastando as experiências dos trabalhadores subalternos. A terceira etapa inclui entrevistas semiestruturadas com trabalhadores da indústria da cannabis, sindicatos e especialistas, buscando compreender suas percepções sobre as condições de trabalho e desafios, com uma análise crítica baseada em etnografia institucional e análise de discurso para investigar como a legalização naturaliza as desigualdades.O projeto busca destacar a exclusão e marginalização de trabalhadores no mercado legal de cannabis, mesmo em países onde a legalização ocorreu. Agricultores indígenas e camponeses colombianos, com vasta experiência no cultivo, continuam marginalizados enquanto grandes corporações multinacionais se beneficiam. Trabalhadoras migrantes temporárias na Califórnia e no Canadá enfrentam baixos salários e precariedade, apesar da lucratividade da indústria. Esses exemplos revelam como o mercado global de cannabis, mesmo legal, perpetua desigualdades históricas, especialmente no Sul Global. No contexto brasileiro, explora-se como o mercado emergente de cannabis pode reproduzir exclusões semelhantes, marginalizando trabalhadores e pequenos agricultores familiares. Serão observados produtores tradicionais de cannabis, dinâmicas de varejo do tráfico de drogas e trabalho legal no emergente mercado de cannabis para fins medicinais. (AU)

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