Efeito do bloqueador do receptor de angiotensina no eixo neuro-humoral e remodelamento ventricular de pacientes com Insuficiência Aórtica importante submetidos à cirurgia valvar: estudo piloto clínico randomizado

• Processo: 23/15710-5
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2027
• Área do conhecimento: Ciências da Saúde - Medicina
• Pesquisador responsável: Vitor Emer Egypto Rosa
• Beneficiário: Vitor Emer Egypto Rosa
• Instituição Sede: Instituto do Coração Professor Euryclides de Jesus Zerbini (INCOR). Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP). Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). São Paulo , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Flávio Tarasoutchi ; Mariana Pezzute Lopes
• Assunto(s): Biomarcadores Procedimentos cirúrgicos cardíacos Insuficiência cardíaca Insuficiência da valva aórtica
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: biomarcadores | Bloqueador do receptor de angiotensina | cirurgia cardíaca | Insuficiência Cardíaca | Insuficiência da valva aórtica | Peptídeo natriurético cerebral - BNP | Cardiologia- Valvopatias

Resumo

O tratamento medicamentoso focado no eixo neuro-humoral é a base terapêutica da Insuficiência Cardíaca (IC) há décadas. Os medicamentos que atualmente compõem o arsenal terapêutico da IC, tais como inibidores da enzima conversora de angiotensina, bloqueadores do receptor de angiotensina (BRA), espironolactona, beta-bloqueadores, e os inibidores da neprilisina, atuam no eixo neuro-humoral e apresentam impacto prognóstico com benefício comprovado em remodelamento reverso e morbimortalidade. Contudo, essas medicações não foram testadas no contexto da miocardiopatia valvar, ou seja, estes pacientes foram excluídos dos estudos pivotais.No período pré-operatório da doença valvar já existem evidências robustas que o tratamento medicamentoso não reduz mortalidade, atuando apenas no controle de sintomas. No entanto, no período pós-operatório de pacientes submetidos à correção cirúrgica de uma valvopatia anatomicamente importante, faltam evidências quanto ao benefício da terapêutica focada no eixo neuro-humoral.A insuficiência aórtica (IAo) consiste em uma patologia que cursa com pronunciado remodelamento ventricular excêntrico durante sua longa fase assintomática e que tende a cursar espontaneamente após a cirurgia valvar com expressivo remodelamento reverso, sendo um modelo bastante interessante para o estudo do impacto do bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona (SRAA) no remodelamento reverso após a intervenção valvar. Atualmente, utilizamos, no pós-operatório destes pacientes, medicamentos que atuam no eixo neuro-humoral extrapolando resultados de estudos clássicos de IC. Contudo, mais uma vez, não existem evidências na literatura para esta conduta tão comum na prática clínica. Desse modo, este estudo propõe-se a avaliar o impacto do uso do BRA losartan no remodelamento neuro-humoral que ocorre no pós-operatório de pacientes com IAo submetidos a cirurgia valvar, através da dosagem do NT-proBNP, peptídeo natriurético que apresenta forte associação com o remodelamento ventricular.O objetivo primário do estudo é comparar os valores de NT-proBNP em pacientes que fizeram uso de losartan 50 mg/dia versus placebo nos primeiros 3 meses de pós-operatório de troca valvar aórtica por insuficiência aórtica. Trata-se de um estudo clínico piloto, randomizado, duplo-cego com uma amostra de 60 pacientes, que serão randomizados em proporção 1:1. Os pacientes de ambos os grupos serão avaliados em 4 momentos: randomização, 1, 3 e 12 meses após a cirurgia, sendo submetidos a teste de caminhada de 6 minutos e questionário de qualidade de vida Short-Form Health Survey (SF-36v2), coleta de exames laboratoriais com dosagem de NT-proBNP, eletrólitos e função renal, além de avaliação ecocardiográfica completa. (AU)