As relações de comunicação e as condições de produção no trabalho de jornalistas em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia

• Processo: 16/06992-3
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2016
• Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2018
• Área do conhecimento: Ciências Sociais Aplicadas - Comunicação - Teoria da Comunicação
• Pesquisador responsável: Roseli Aparecida Figaro Paulino
• Beneficiário: Roseli Aparecida Figaro Paulino
• Instituição Sede: Escola de Comunicações e Artes (ECA). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Cláudia do Carmo Nonato Lima ; Fernando Felício Pachi Filho ; Rafael do Nascimento Grohmann
• Assunto(s): Relações de trabalho Conglomerados de mídia Jornalismo Jornalistas Profissionais do jornalismo
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: arranjos econômicos alternativos | comunicação e trabalho | conglomerados de mídia | jornalista | relações de comunicação | relações de produção | Comunicação e Trabalho

Resumo

Este projeto de pesquisa tem o objetivo geral de analisar as relações de comunicação e as condições de produção no trabalho jornalístico em arranjos econômicos 'alternativos' às grandes corporações de mídia. Esse objetivo geral sinaliza os seguintes problemas de pesquisa: Como os jornalistas organizados em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia sustentam sua autonomia no trabalho? Como os jornalistas organizados em arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia mobilizam os dispositivos comunicacionais a seu dispor para instituir novas prescrições para o trabalho jornalístico? As prescrições formuladas nesses arranjos econômicos alternativos instituem relações de comunicação mais democráticas e compartilhadas no processo de trabalho? Tendo em vista essa problemática, o projeto visa discutir e conceituar o termo 'arranjos econômicos alternativos', procurando compreender como os adjetivos 'alternativo' e/ou 'independente' vem sendo apropriado por diferentes enunciadores e formações discursivas/ideológicas, inclusive com características organizacionais divergentes e diferentes. Buscará também analisar a viabilidade das formas de sustentação desses arranjos econômicos 'alternativos' frente ao aumento do poder dos conglomerados de mídia e suas estratégias de renovação. Nesse escopo geral, teremos a necessidade de discutir conceitos tais quais trabalho criativo (Mosco & Mckercher, 2008; Hesmondhalgh & Baker, 2011), trabalho imaterial (Fuchs, Antunes, Bolaño,2015) precarização do trabalho do jornalista (Figaro, Nonato, Grohmann, 2013;) commoditização da informação jornalística, formas de financiamento como o crowdfunding e outras alternativas de financiamento. A metodologia dessa pesquisa exploratória (Gil, 1994) adotará a triangulação de métodos (Figaro, 2014; Denzin & Lincoln, 2006, Jankowski & Wester, 1993) em duas fases: a primeira fará o levantamento de arranjos econômicos jornalísticos 'alternativos' a corporações de mídia na cidade de São Paulo, por meio da técnica da bola de neve (snowball) (Baldin; Munhoz, 2011), para a construção da amostra não probabilística. Esse levantamento identificará e classificará as características desses arranjos e verificará a possibilidade de uma constante que permita revelar perfis de negócios para, na segunda fase, por meio de entrevistas e grupos de discussão entender os processos de trabalho, as rotinas produtivas, as formas de sustentação, as relações de comunicação entre os profissionais na produção do seu trabalho. Como resultado espera-se obter um quadro característico do perfil desses arranjos econômicos alternativos às corporações de mídia e verificar a viabilidade de sustentação para o trabalhador jornalista, bem como se as práticas jornalísticas dali derivadas podem realmente ser denominadas de alternativas aos conglomerados de mídia. (AU)