Resumo
A incorporação de agentes antifúngicos/antimicrobianos em reembasadores resilientes temporários para próteses removíveis tem se mostrado viável para o tratamento da estomatite protética. Esse tratamento tem a vantagem de romper o ciclo de reinfecção da mucosa de suporte via prótese ao eliminar o contato do biofilme protético com os tecidos infectados, atuando sobre os mesmos por meio dos fármacos incorporados, que são liberadas gradativamente ao longo da vida útil desses materiais. Estudos demonstraram que, em até 14 dias, os antifúngicos nistatina e cetoconazol e o antimicrobiano diacetato de clorexidina incorporados a reembasadores temporários (Trusoft e Softone) foram os fármacos que apresentaram as mínimas concentrações inibitórias (MCIs) para biofilme de C. albicans. Além disso, foi observado que a adição desses fármacos não resultou em efeitos deletérios sobre a dureza Shore A, a rugosidade superficial e a resistência à tração dos materiais. Apesar desses resultados favoráveis, falta informação sobre os efeitos da adição dos fármacos em suas MCIs sobre outras propriedades dos reembasadores de curta duração. O presente projeto irá avaliar in vitro o efeito da adição de MCIs de agentes antimicrobianos para o tratamento da estomatite protética na sorção de água, solubilidade de materiais e porosidade resilientes temporários. Além disso, este estudo irá avaliar in vivo a biocompatibilidade deste protocolo sobre a mucosa palatina de ratos. Para o cálculo das porcentagens de sorção e solubilidade, os corpos de prova (50 X 0,5 mm) serão dessecados, imersos em água pelos períodos avaliados (24 h, 7 e 14 dias), pesados, dissecados e pesados novamente. Para análise da porosidade, serão obtidos corpos de prova (45 X 60 X 2 mm) modificados ou não pela adição dos fármacos e as imagens dos poros avaliadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV) após 24 h, 7 e 14 dias de imersão em água. As fotomicrografias serão analisadas em software específico (Leica Qwin) para determinar o número e a área total das porosidades. Para os estudos in vitro, os resultados dos grupos experimentais serão comparados com os controles e os dados obtidos analisados estatisticamente (alfa=5%). As combinações material x fármaco que causarem os menores efeitos adversos às propriedades dos materiais serão testadas quanto à biocompatibilidade. Análises histopatológicas da mucosa palatina de ratos serão realizadas após 7 e 14 dias de utilização de placas acrílicas com cobertura total do palato e reembasadas com material resiliente, modificado ou não pela adição de fármaco. Cinquenta ratos serão divididos em cinco grupos: Controle Negativo (CN): ausência de placa palatina; Controle Geral (CG): placa palatina sem reembasamento; Controle Positivo (CP): placa palatina reembasada com material resiliente sem adição de fármaco; Material-fármaco 1: (MF1): placa palatina reembasada com material resiliente contendo MCI do fármaco da combinação 1; Material-fármaco 2: (MF2): placa palatina reembasada com material resiliente contendo MCI do fármaco da combinação 2. Para as análises histopatológicas, metade da amostra de cada grupo (n=5) será sacrificada após 7 dias e metade após 14 dias. As imagens serão visualizadas em microscópio óptico (40x) e a análise quantitativa realizada por planimetria computadorizada. Parâmetros histopatológicos serão comparados com os controles e os dados obtidos analisados estatisticamente (alfa=5%). (AU)
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