Caracterização dos mecanismos de neutralização e funções efetoras mediadas por anticorpos na infecção pelo vírus Oropouche

• Processo: 24/12668-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2024
• Data de Término da vigência: 31 de julho de 2029
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Microbiologia - Biologia e Fisiologia dos Microorganismos
• Pesquisador responsável: José Luiz Proença Módena
• Beneficiário: Gabriel Caetano Scachetti
• Instituição Sede: Instituto de Biologia (IB). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Assunto(s): Anticorpos neutralizantes Arbovirus Vírus Oropouche Virologia
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Anticorpos Neutralizantes | Arbovírus | Funções efetoras mediadas por anticorpos | Sorologia de sistemas | Vírus emergente | Vírus Oropouche | Virologia

Resumo

O vírus Oropouche (OROV) é um arbovírus negligenciado, endêmico na América Latina e Caribe, causador da febre do Oropouche, uma doença febril exantemática capaz de evoluir para quadros neurológicos. Entre dezembro de 2023 até o presente momento, ocorreu um substancial aumento do número de casos de Febre do Oropouche no Brasil e em outros países da América do Sul, além da expansão geográfica para áreas historicamente não endêmicas no Brasil, e muito populosas como Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Devido ao seu genoma segmentado, o OROV está suscetível a eventos de reassortment, os quais ocorrem quando dois vírus relacionados co-infectam uma célula, e resultam em uma progênie com segmentos genômicos mistos, o que pode alterar o fitness do vírus e garantir o escape de anticorpos neutralizantes produzidos em infecções anteriores. Isso é crucial, pois estudos recentes em modelos murinos, indicam um papel central dos anticorpos neutralizantes e das células B de zona marginal, através da produção de IgM, no controle da neuroinvasão e morte por OROV. Entretanto, pouco se sabe sobre o papel protetor e a duração da resposta humoral efetiva para o controle da patogênese por OROV em humanos. Desse modo, visamos caracterizar a ação de anticorpos neutralizantes, os sítios de reconhecimento e as funções efetoras mediadas por anticorpos contra o OROV utilizando sorologia de sistema. Para tanto, amostras de soro de pacientes convalescentes serão mapeadas pela sua capacidade de reconhecer os diferentes epítopos desse vírus, avaliadas quanto sua capacidade neutralizante por ensaios de PRNT50 ou ainda analisadas, por ensaios de deposição de complemento dependente de anticorpo (ADCD), fagocitose celular dependente de anticorpo (ADCP), fagocitose neutrofílica dependente de anticorpo (ADNP) e ativação de células NK dependente de anticorpo (ADNK), quanto sua habilidade de induzir funções efetoras mediadas por anticorpos. A caracterização dos mecanismos de neutralização e das funções efetoras mediadas por anticorpos contra o vírus Oropouche é crucial para o desenvolvimento de estratégias eficazes para a prevenção e tratamento, ajudando a controlar a disseminação do vírus e reduzir o impacto das complicações associadas a infecção.