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Investigação do papel da disfunção imune na progressão da mielofibrose

Processo: 25/03925-2
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Doutorado
Data de Início da vigência: 08 de agosto de 2025
Data de Término da vigência: 07 de agosto de 2026
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Biologia Geral
Pesquisador responsável:Lorena Lôbo de Figueiredo Pontes
Beneficiário:Mariana Medeiros
Supervisor: Steven William Lane
Instituição Sede: Hemocentro de Ribeirão Preto. Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (HCMRP). Secretaria da Saúde (São Paulo - Estado). Ribeirão Preto , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: QIMR Berghofer Medical Research Institute, Austrália  
Vinculado à bolsa:23/01821-0 - Caracterização de subpopulações de células citotóxicas nem neoplasia mieloproliferativa, BP.DR
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:myelofibrosis | Oncologia e Imunologia

Resumo

A mielofibrose (MF) é um neoplasma mieloproliferativo impulsionado por mutações como JAK2V617F, CALR e MPL. Pode ser classificada com base na fibrose da medula óssea (pré-fibrótica ou avançada) e no perfil clínico (fase citopênica ou proliferativa). Casos avançados estão associados a pior prognóstico e maior risco de progressão para leucemia mieloide aguda. O tratamento inclui inibidores de JAK1/2 e agentes citoredutores, mas o único tratamento curativo é o transplante de células-tronco hematopoéticas, viável para poucos pacientes devido à idade e comorbidades.Além da proliferação mediada por JAK-STAT, interações celulares no nicho medular contribuem para a patogênese, promovendo inflamação, fibrose e falha hematopoética. As células NK em pacientes com MF apresentam fenótipo imaturo, reduzida ativação e defeitos na regulação da hematopoese. Modelos murinos Jak2V617F também mostram disfunção das células NK. Durante o doutorado, observamos que um perfil NK hipermaduro (CD57+ e CD57+NKp80+) se correlaciona com maior fibrose, enquanto a fase citopênica exibe alta frequência de células NK CD56bright e baixa expressão de NKG2D em pacientes de alto risco. Células T também apresentam desregulação, com aumento de fenótipo terminalmente diferenciado e evitação imune. A imunoterapia emergiu como uma abordagem promissora contra neoplasias hematológicas, incluindo bloqueio de PD-1/PD-L1 e CAR-T cells. No entanto, estratégias CAR-T para doenças mieloides enfrentam desafios devido à falta de alvos específicos. Além disso, inibidores de JAK2, como ruxolitinibe, podem impactar a função imune, reduzindo a imunovigilância antitumoral. Assim, entender como a MF e seus tratamentos afetam a resposta imune pode revelar novos alvos terapêuticos.Este estudo visa identificar vias imunológicas alteradas na progressão da MF usando modelos murinos Jak2V617F e Jak2-EZH2. O modelo Jak2-EZH2 reproduz melhor a MF avançada, incluindo fibrose medular significativa e citopenias. Comparações entre modelos primários e quiméricos permitirão avaliar se a disfunção das células NK é intrínseca às células hematopoéticas ou influenciada pelo microambiente leucêmico. Os objetivos específicos incluem: (1) caracterizar o fenótipo e função de células NK e T nos modelos Jak2V617F e Jak2-EZH2 para investigar alterações imunes associadas à progressão da doença; (2) identificar alvos terapêuticos para restaurar a função citotóxica com base no perfil imunológico observado em modelos murinos e amostras de pacientes; e (3) testar estratégias de resgate imune in vitro e in vivo, usando imunomoduladores como IFN-¿ e inibidores de checkpoints.Para a caracterização imunofenotípica, serão realizadas análises por citometria de fluxo, avaliando frequência, maturação e expressão de receptores ativadores/inibitórios em células NK e T. A análise funcional incluirá ensaios de citotoxicidade, desgranulação e produção de citocinas. Modelos quiméricos serão estabelecidos via transplante de medula óssea para avaliar se as alterações imunes são dependentes do microambiente leucêmico. Além disso, será realizado single-cell RNA sequencing para identificar vias moleculares alteradas.Para avaliar estratégias terapêuticas, IFN-¿ será testado in vitro e in vivo. Ensaios com células NK isoladas avaliarão capacidade lítica, degranulação e produção de IFN-¿. Em camundongos, o tratamento com IFN-¿ será analisado quanto ao impacto na contagem celular periférica, esplenomegalia e fibrose medular. Estudos anteriores sugerem que IFN-¿ pode reduzir o clone mutante e restaurar funções imunológicas, sendo um potencial candidato para modulação da resposta imune na MF. (AU)

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