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Efeito contextual e segurança do consumo de probióticos em processos inflamatórios intestinais

Processo: 25/01138-3
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado Direto
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2025
Data de Término da vigência: 31 de maio de 2028
Área de conhecimento:Ciências Biológicas - Imunologia
Pesquisador responsável:Denise Morais da Fonseca
Beneficiário:Gabriele Manamy Baba Rodrigues
Instituição Sede: Instituto de Ciências Biomédicas (ICB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:21/06881-5 - Eixo intestino-pulmão: entendendo a comunicação imunológica entre tecidos de barreira no desenvolvimento de doenças, AP.JP2
Assunto(s):Inflamação   Leveduras   Probióticos
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cicatriz imunológica | colite experimental | imunologia de mucosas | Inflamação | levedura | probioticos | Imunologia de Mucosas

Resumo

A mucosa intestinal é constantemente exposta a diversos antígenos ambientais, advindos de patógenos, ou de origem inócua como componentes da dieta ou antígenos da microbiota comensal, que afetam a homeostase imunológica. Por isso, o sistema imunológico associado à mucosa intestinal requer de uma rede celular complexa de mecanismos altamente regulados, a fim de manter o equilíbrio tecidual e, ao mesmo tempo, proteger contra a entrada de patógenos. Tais mecanismos incluem células dendríticas (DCs) CD103+CD11b- e CD103+CD11b+, que induzem respostas canônicas no intestino, como as células T reguladoras (Treg) que controlam as respostas inflamatórias e promovem a tolerância a antígenos inócuos e células efetoras (particularmente linfócitos Th17) que promovem uma imunidade de barreira tecido-específica. Tal resposta de barreira engloba epitélios especializados, produção de moléculas antimicrobianas, anticorpos e fagócitos mononucleares. Embora o sistema imunológico da mucosa intestinal seja constantemente moldado pelos fatores genéticos do hospedeiro, pela microbiota residente, hábitos alimentares e exposição a patógenos ambientais, o resultado dessas interações normalmente é o retorno à homeostase tecidual. Porém, a quebra do equilíbrio entre a tolerância e a imunidade de barreira pode gerar doenças inflamatórias crônicas, como as doenças inflamatórias intestinais (DIIs). No Laboratório de Imunologia das Mucosas estudamos como fatores ambientais, sejam mudanças na dieta, consumo de probióticos ou episódios de infecção, modelam o sistema imune associado à mucosa intestinal. Resultados prévios obtidos por nosso grupo mostram que, em modelo murino utilizando animais da linhagem C57BL/6, após a resolução da infecção causada pela bactéria Yersinia pseudotuberculosis (YP), ocorre um remodelamento dos sistemas imune e linfático do trato gastrointestinal, levando à translocação da microbiota para o mesentério e consequente inflamação crônica local que bloqueia respostas canônicas tecido-específicas. Este processo, chamado por nós de "cicatriz imunológica", contribui para o desenvolvimento de DIIs. Visando reverter a cicatriz imunológica à homeostase imunológica ou prevenir seu estabelecimento, realizamos o tratamento pré- e pós-infecção com dois diferentes suplementos: (1) uma cepa de Saccharomyces cerevisiae inativada e enriquecida com selênio (Se) e (2) a levedura ativa S. cerevisiae (SC) (cepa UFMG A-905). Os resultados obtidos durante o projeto de mestrado mostraram que o tratamento pós-infecção com a levedura SC UFMG A-905, ao contrário da nossa hipótese inicial, agravou a inflamação crônica em animais previamente infectados, indicada pelo aumento do recrutamento de neutrófilos e células Th1 para o mesentério e linfonodos mesentéricos (MLNs) pós-infecção. Observamos também que nenhum dos tratamentos foi suficiente para recuperar a integridade dos vasos linfáticos mesentéricos, uma vez que os animais tratados também apresentaram frequência reduzida de DCs CD103+CD11b- e CD11b+CD103+CD11b+ nos MLNs. A partir destes resultados, hipotetizamos que o tratamento com SC UFMG A-905, prévio ou posterior à infecção, poderia aumentar a susceptibilidade à formas mais graves de colite experimental induzida por DSS. Diante deste contexto, o novo objetivo do presente projeto é avaliar em que situações o tratamento com probióticos não deve ser recomendado. (AU)

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