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Agricultura antiga e manejo florestal no Território Indígena do Xingu, Amazônia meridional: uma abordagem paleoecológica e arqueobotânica

Processo: 25/10340-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de setembro de 2025
Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2027
Área de conhecimento:Ciências Humanas - Arqueologia - Arqueologia Pré-histórica
Pesquisador responsável:Jennifer Watling
Beneficiário:Diana Mirela da Silva Toso
Instituição Sede: Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:25/01239-4 - Vozes da Amazônia indígena: Processos históricos da sociobiodiversidade frente aos desafios do Antropoceno, AP.R
Assunto(s):Arqueobotânica   Paleoecologia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:arqueobotânica | fitólitos | Paleoecologia | Arqueobotânica

Resumo

O presente projeto busca compreender a natureza e a distribuição espacial de práticas agrícolas e de manejo florestal pretéritas na Terra Indígena do Xingu (TIX), estado de Mato Grosso, Brasil. Mais de trinta anos de pesquisa arqueológica colaborativa com os Kuikuro identificaram dezenas de aldeias pré-coloniais, centros rituais, estradas, trilhas e manchas de Terra Preta associadas datando a partir de ca. 800 EC, tornando o patrimônio cultural desta região indiscutivelmente o mais bem mapeado da Amazônia. Entende-se que, por volta de 1200 EC, um pico no tamanho e na complexidade das ocupações indígenas foi atingido na TIX, e que essas populações são os ancestrais diretos dos grupos xinguanos multiétnicos e multilíngues que ali residem atualmente. Embora haja pouca dúvida de que essas populações transformaram a biodiversidade regional por meio de suas práticas agrícolas e de manejo florestal, a pesquisa paleoecológica e arqueobotânica para investigar essa questão está apenas começando. Preocupados com o futuro de seus modos de vida tradicionais diante das mudanças climáticas e da invasão do desmatamento para a agricultura industrial, os Kuikuro - e outras etnias dentro do TIX - querem aprender com as práticas sustentáveis de seus ancestrais para forjar novos caminhos de resistência para o futuro. Com isso em mente, o pós-doutorado contratado para este projeto será responsável por planejar e realizar amostragens e análises paleoecológicas e arqueobotânicas no TIX com o objetivo de contribuir para as seguintes questões de pesquisa: 1) Qual era a natureza das transformações da vegetação implementadas pelas sociedades xinguanas pré-coloniais e qual é o seu legado moderno? 2) Como essas transformações diferem daquelas implementadas pelas populações xinguanas atuais, tanto em termos de natureza quanto de escala? 3) As plantas consumidas e utilizadas no passado eram as mesmas de hoje, ou seja, a mandioca era um alimento básico? 4) O que podemos aprender sobre a ubiquidade do fogo dentro das paisagens pré-coloniais em comparação com hoje, e como isso pode ser aplicado à mitigação de incêndios atuais? O/a pesquisador/a realizará análises de fitólitos e carvão em amostras de solo coletadas em locais estratégicos dentro e fora de sítios arqueológicos, e selecionará e preparará amostras para análises complementares (datação por C14, granulometria, química, etc.). O/a pesquisador/a também vai atuar em proximidade com os demais membros do projeto Vozes da Amazônica Indígena, realizar expedições de trabalho de campo e coletar, selecionar e publicar dados de acordo com protocolos de consentimento pré-estabelecidos com a Associação Indígena Kuikuro (AIKAX). (AU)

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