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Importância do consumo de frutas regionais sobre a toxicologia do mercúrio em populações ribeirinhas expostas por via alimentar na Amazônia

Processo: 07/04956-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de dezembro de 2007
Data de Término da vigência: 31 de agosto de 2008
Área de conhecimento:Ciências da Saúde - Saúde Coletiva - Epidemiologia
Pesquisador responsável:Fernando Barbosa Júnior
Beneficiário:Carlos José Sousa Passos
Instituição Sede: Faculdade de Ciências Farmacêuticas de Ribeirão Preto (FCFRP). Universidade de São Paulo (USP). Ribeirão Preto , SP, Brasil
Assunto(s):Consumo de alimentos   Nutrição humana   Peixes   Frutas   Toxicologia   Mercúrio (elemento químico)   Povos ribeirinhos   Amazônia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Amazonia | Epidemiologia | Exposição ao metilmercúrio | Frutas | Peixes | Epidemiologia Ambiental

Resumo

As questões em torno da poluição ambiental por mercúrio (Hg) e consequente exposição humana por via alimentar na Amazônia (consumo de peixes contaminados) tem sido objeto de diversas pesquisas ao longo das últimas décadas. Devido à ação tóxica do metal nessas comunidades ribeirinhas, nosso grupo de pesquisa tem feito esforços no sentido de estudar e propor medidas viáveis que permitam a redução da exposição alimentar sem no entanto comprometer o consumo de peixe, alimento que constitui uma importante (e muitas vezes a única) fonte de proteína animal assim como outros nutrientes indispensáveis à nutrição humana desses grupos. Após um estudo exploratório sugerindo que o consumo de frutas regionais poderia reduzir a absorção de Hg em ribeirinhos de uma comunidade no Rio Tapajós, nós realizamos um amplo inquérito epidemiológico a nível regional no intuito de melhor compreender o papel do consumo de frutas sobre a dinâmica de exposição ao Hg na região ribeirinha daquela bacia. Numa avaliação transversal com base no consumo de peixes e frutas de 13 comunidades ribeirinhas (aprox. 500 pessoas), confirmaram-se os achados do estudo exploratório não somente para Hg nos cabelos mas também no sangue, tanto em homens quanto em mulheres. Modelos ANCOVA mostraram que para o mesmo número de refeições de peixe as pessoas que consomem frutas mais frequentemente apresentam teores de Hg significativamente inferiores. Para as pessoas consumindo frutas esporadicamente, cada refeição de peixe aumenta o Hg sanguíneo em 9.8µg/L comparados a somente 3.3µg/L para os grandes consumidores de frutas. A integração de dados de Hg em peixes com as informações de consumo alimentar permitiu-nos calcular a ingestão cotidiana de Hg nesta mesma população e verificar um efeito modulador das frutas sobre tal ingestão tóxica. O estudo revelou alta ingestão cotidiana de Hg e uma forte relação direta entre os teores de Hg sanguíneo e a ingestão diária do metal, ao mesmo tempo em que se observa uma relação inversa entre tais teores sanguíneos e a frequência do consumo de frutas. O presente projeto propõe-se a explorar diversas questões que permanecem em aberto sobre o papel do consumo de frutas nativas da Amazônia sobre a toxicologia do Hg, baseando-se numa abordagem epidemiológica. Os principais objetivos são: I) testar a hipótese segundo a qual o consumo de frutas regionais da floresta e/ou dos quintais familiares tem a capacidade de proteger essas populações ribeirinhas contra os efeitos tóxicos precoces induzidos pela exposição alimentar ao Hg; II) determinar a composição fitoquímica e de fibras alimentares de frutas-chave com potencial de proteção contra a bioacumulação do Hg; III) estudar possíveis associações entre os nutrientes das frutas e os teores de Hg na população assim como seus efeitos tóxicos; IV) fornecer bases científicas que permitam orientar a escolha de espécies vegetais a utilizar no desenvolvimento de sistemas agroflorestais buscando reduzir a lixiviação do Hg para os ecossistemas aquáticos; V) analisar a influência de nutrientes provenientes das frutas sobre a excreção de Hg por diferentes vias (cabelo, fezes, urina) a fim de compreender alterações toxicocinéticas que favoreçam a ocorrência de efeitos protetores de frutas amazônicas contra a bioacumulação e toxicidade do Hg. Este estudo se insere no âmbito de três projetos de pesquisa mais amplos e em andamento na Amazônia, os quais examinam diferentes aspectos da toxicologia do Hg naquela região. Assim, além dos conhecimentos gerados por este projeto permitirem às comunidades uma maximização de sua nutrição e minimização dos riscos tóxicos decorrentes da exposição ao Hg, nossos dados constituirão uma importante variável a ser incluida nos modelos de análise estatística desenvolvidos pelos projetos mais amplos. (AU)

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