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Florística e efeitos do regime de fogo no estrato herbáceo−subarbustivo no Jalapão, Tocantins, Brasil

Texto completo
Autor(es):
Guilherme de Medeiros Antar
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Paulo Takeo Sano; Jose Rubens Pirani; Isabel Belloni Schmidt
Orientador: Paulo Takeo Sano
Resumo

O Cerrado é um domínio fitogeográfico tipicamente savânico, com altos valores de diversidade e endemismos e com uma grande pressão antrópica associada. A maior área contínua ainda conservada de Cerrado é a região do Jalapão (TO). Apesar de protegida por Unidades de Conservação de proteção integral, esta é uma região pouco estudada, existindo, assim, uma grande lacuna de conhecimento sobre sua flora e sobre os efeitos das queimadas, que lá ocorrem frequentemente, na diversidade de plantas. O fogo exerce forte influência na constituição biológica e na ecologia do Cerrado. A ausência de queimadas ou a sua presença frequente transformam a fitofisionomia do local, adensando a vegetação ou levando a formações mais campestres, respectivamente. Com a crescente ocupação antrópica, a frequência de fogo tem aumentado no Cerrado. Simultaneamente, as Unidades de Conservação restringem queimas, por vezes naturais, em suas áreas. Diante desse panorama, tornam-se necessários mais estudos sobre a flora e os efeitos do fogo no Jalapão. Esse projeto tem o objetivo de colaborar no conhecimento desses temas. Para o trabalho florístico, áreas de cerrado aberto com solo seco não pedregoso foram percorridas em diferentes períodos do ano e todas as angiospermas em estágio reprodutivo foram coletadas e identificadas. Foram revisados os herbários com as coleções mais significativas, resultando na compilação de uma lista de angiospermas para a região. Para a análise da ação do fogo, áreas de campo sujo na região do Jalapão com diferentes históricos de fogo foram selecionadas, sendo três áreas com frequência bienal de queimas e uma área livre do fogo há dez anos. 15 parcelas de 4m2 foram instaladas em cada área. Todos os indivíduos de hábito herbáceo-subarbustivo foram identificados e contabilizados. Densidade, riqueza e composição de espécies foram avaliadas e comparadas entre as áreas com diferentes históricos de queima. A lista resultou em 528 espécies, distribuídas em 85 famílias. As famílias mais representativas foram Fabaceae, Poaceae, Asteraceae, Rubiaceae, Lamiaceae e Myrtaceae. O número de espécies encontradas quase dobra o número de registros nessas fisionomias para a região. A análise da ação do fogo resultou em maiores valores de densidade de indivíduos e riqueza nas áreas com regime de fogo bienal; entretanto, entre os diferentes tratamentos, não houve diferença na composição de espécies. Esses resultados são corroborados pelas evidências levantadas na literatura da necessidade de fogo para reprodução e ocorrência de certas espécies vegetais e dos ganhos obtidos com maior acesso à luz e maior disponibilidade de nutrientes pelo estrato rasteiro, após queimadas. O fogo no Cerrado não deve ser entendido como prejudicial, sendo necessário incluir programas específicos de queimadas controladas para o manejo da biodiversidade em áreas protegidas. (AU)

Processo FAPESP: 14/01851-7 - Composição florística de campo sujo e diversidade do estrato herbáceo-subarbustivo em áreas sujeitas à ação do fogo e áreas protegidas na região do Jalapão, TO
Beneficiário:Guilherme de Medeiros Antar
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado