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Custos da defesa química em opiliões (Arachnida: Opiliones)

Texto completo
Autor(es):
Taís Maria de Nazareth Gonçalves
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Glauco Machado; Monica Frank Kersch Becker; Nicolas Gerard Chaline; Alberto Jose Arab Olavarrieta; Andrés González Ritzel
Orientador: Glauco Machado
Resumo

As formas de defesa encontradas na natureza são incrivelmente diversas e envolvem estratégias que minimizam as chances de encontro com o predador ou as chances de escape diante de um ataque. A liberação de substâncias químicas é uma forma de defesa amplamente difundida entre artrópodes e vários estudos já demonstraram sua eficiência contra o ataque de predadores. Apesar de trazerem benefícios óbvios em termos de defesa, a produção de vários desses compostos químicos deve ser custosa para as presas. Esta tese teve como objetivo geral explorar os custos da produção de defesas químicas em um grupo particular de artrópodes, os opiliões. No capítulo 1, investigamos como a produção de ovos pode comprometer a produção de defesas químicas (benzoquinonas) e quais as conseqüências da redução do volume de secreção liberada sobre a capacidade de defesa das fêmeas de Acutisoma longipes. Nossos resultados apontam que a quantidade de secreção produzida por fêmeas ovígeras é quase 50% inferior à das fêmeas não-ovígeras. Como conseqüência, a secreção liberada por fêmeas ovígeras é menos eficiente em deter formigas e aranhas do que a secreção liberada por fêmeas não-ovígeras. No capítulo 2, investigamos como a quantidade e a qualidade da dieta influenciam a produção de defesas químicas (benzoquinonas) em Magnispina neptunus. Demonstramos que a produção de defesas químicas é condição dependente, pois indivíduos bem alimentados produziram mais secreção que indivíduos mal alimentados. Entretanto, indivíduos que receberam aporte extra dos precursores da secreção não incrementaram nem a quantidade total nem a concentração da secreção. Por fim, o capítulo 3 teve como objetivo investigar possíveis demandas conflitantes (trade-offs) entre o esforço de acasalamento (produção de armamentos) e o esforço somático (defesas químicas) de machos e fêmeas em um clado de opiliões neotropicais. Usando uma abordagem comparativa, mostramos que fêmeas produzem mais defesas químicas (benzoquinonas) que machos, mas não há uma relação negativa entre o dimorfismo sexual morfológico e o dimorfismo na quantidade de defesas químicas produzidas por machos e fêmeas. Coletivamente, os resultados obtidos aqui apontam que a produção de defesas químicas em opiliões é custosa e que está sujeita a demandas conflitantes com outros componentes de aptidão. (AU)

Processo FAPESP: 11/50800-8 - Defesa quimica em opilioes da familia gonyleptidae.
Beneficiário:Taís Maria de Nazareth Gonçalves
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado