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Efeitos da exposição ao ambiente obesogênico em diferentes fases do desenvolvimento sobre a morfofisiologia da próstata de ratos Wistar

Texto completo
Autor(es):
Eloísa Zanin Pytlowanciv
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Rejane Maira Góes; Cristiane da Fonte Ramos; Flavia Karina Delella; Luis Antonio Justulin Junior; Wellerson Rodrigo Scarano
Orientador: Rejane Maira Góes
Resumo

Dados experimentais indicam que a dieta hiperlipídica (HFD) afeta a atividade proliferativa e a saúde prostática. Entretanto, as consequências da obesidade materna e do ambiente obesogênico (AO) por excesso de lipídeos na dieta, para a próstata, ainda permanecem inconclusivos. Esse estudo investigou os efeitos do AO, em diferentes fases do desenvolvimento de ratos Wistar, sobre a morfofisiologia da próstata na vida adulta e as possíveis correlações com o estado metabólico e a regulação por esteróides sexuais. Ratos com 19 semanas de idade (n=15 por grupo) foram subdivididos em: grupo controle (C) ¿ alimentado com dieta balanceada (3% lipídeos, 3,5Kcal/g) e grupos expostos ao AO por consumo de HFD (20% lipídeos, 4,9kcal/g) durante a gestação (G), gestação e lactação (GL), do desmame a idade adulta (DA), da lactação à idade adulta (LA) e da gestação à vida adulta (GA). O AO na gestação incluiu indução prévia da obesidade materna pela alimentação por 15 semanas com HFD. O AO levou à resistência à insulina em todos os grupos, sobrepeso em GL, obesidade e queda de testosterona circulante nos grupos DA, LA e GA e aumento dos níveis de estrógeno em GA. Além disso, houve aumento nos níveis de triglicérides e diminuição de HDL nos grupos obesos. Independente da fase do desenvolvimento, o AO leva à hipertrofia do lobo ventral da próstata, o qual, a exceção do grupo G, também exibiu aumento da atividade proliferativa epitelial. O aumento da proliferação celular nesses grupos foi concomitante com a diminuição das células imunopositivas para o receptor de andrógeno, receptor de estrógeno ? e receptor X do fígado ?, além de aumento na frequência do receptor de estrógeno ? e receptor de ativação da proliferação dos peroxissomos ?. Portanto, o aumento da proliferação celular induzido pelo AO independe da sinalização de receptor de andrógenos. O AO aumentou a morte celular por descamação, no epitélio acinar do lobo ventral, nos grupos expostos na gestação ou gestação/lactação e em maior grau no exposto por toda vida. As alterações morfológicas que caracterizam as etapas iniciais, intermediárias e finais desse tipo de morte na próstata foram estabelecidas. A perda do AR tem papel fundamental nesse processo. A exposição ao AO, antes do desmame, aumentou os focos de lesões atróficas no lobo ventral e, em períodos após o desmame, aumentou os focos de hiperplasia e neoplasia intraepitelial, conforme indicado pela análise da multiplicidade de lesões. Quanto maior o período de exposição ao AO, mais graves as lesões encontradas no lobo ventral. O AO não promoveu alterações pronunciadas na histologia dos lobos dorsal e lateral, conforme indicado pela análise microscópica e estereológica. Tampouco alterou a frequência dos receptores de andrógenos, mostrando que esses lobos são menos suscetíveis ao AO e à queda androgênica, em comparação com o lobo ventral. Conclui-se que o AO em diferentes fases da vida interfere na morfofisiologia da próstata ventral de modo proporcional ao comprometimento metabólico e à queda androgênica, levando a um estado hipertrófico e hiperproliferativo associado ao aumento de lesões patológicas e a perda coletiva de células por descamação. O ambiente obesogênico na gestação/lactação é tão prejudicial para as taxas de proliferação na próstata ventral quanto à exposição por toda a vida (AU)

Processo FAPESP: 11/03596-6 - Efeito comparativo da obesidade em diferentes fases do desenvolvimento sobre a histofisiologia da próstata ventral de ratos: possíveis relações com hormônios esteroides e a expressão da enzima 5 alfa-redutase
Beneficiário:Eloísa Zanin Pytlowanciv
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto