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Caroço de algodão em dietas contendo alto teor de concentrado para bovinos Nelore terminados em confinamento

Texto completo
Autor(es):
Vinicius Nunes de Gouvêa
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Pirassununga.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Alexandre Vaz Pires; Paulo Roberto Leme; Paulo Henrique Mazza Rodrigues; Flavio Augusto Portela Santos; Saulo da Luz e Silva
Orientador: Alexandre Vaz Pires
Resumo

Esse trabalho foi conduzido com o objetivo de avaliar os efeitos da inclusão de óleo de soja ou de teores de caroço de algodão (CA) em dietas contendo alto teor de concentrado para bovinos confinados. No experimento I foram utilizados seis bovinos machos, castrados, da raça Nelore (407 ± 24 kg de peso corporal), distribuídos em um delineamento em Quadrado Latino 6 x 6. Foram avaliados 5 teores de inclusão (0, 8, 16, 24 e 32%) de CA em dietas contendo 80% de concentrado (tratamentos CA0, CA8, CA16, CA24 e CA32, respectivamente). Além disso, foi avaliada uma dieta contendo o mesmo teor de lipídios totais da dieta CA32, porém sem a inclusão de caroço de algodão, utilizando óleo de soja (tratamento OS). A inclusão de caroço de algodão na dieta reduziu (efeito linear, P < 0,01) o consumo de matéria seca e o consumo de matéria orgânica dos animais. A digestibilidade aparente total da MS (P = 0,019) e da MO (P = 0,020) reduziu linearmente devido à inclusão de CA na dieta dos animais. A inclusão de óleo de soja na dieta não afetou o digestibilidade da MS (P = 0,462) e da MO (P = 0,469) dos animais em comparação aos animais alimentados com a dieta controle, sem CA, assim como também não foram observados efeito da fonte de lipídios sobre a digestibilidade da MS (P = 0,124) e da MO (P = 0,110). O tempo de ruminação aumentou linearmente (P = 0,002) em resposta a inclusão de CA. O pH ruminal dos animais aumentou (efeito quadrático, P < 0,05) em resposta à inclusão de caroço de algodão nas dietas. O inclusão de óleo de soja na dieta não afetou (P = 0,329) o pH ruminal dos animais em comparação com a dieta controle sem CA. A produção total de ácidos graxos de cadeia curta reduziu (P < 0,001; efeito linear) devido à inclusão de CA. A síntese de Pmic reduziu linearmente (P = 0,011) em resposta a inclusão de CA na dieta. No experimento II, foram utilizados 280 bovinos machos, da raça Nelore e peso médio inicial de 349 ± 33 kg, distribuídos em 40 baias. O delineamento utilizado foi blocos incompletos casualizados. O máximo peso final foi obtido com inclusões de 7,6% de CA. A inclusão de CA na dieta reduziu o CMS dos animais (P < 0,001). A inclusão de óleo de soja reduziu o CMS dos animais (P < 0,05) em comparação com os animais alimentados com a dieta controle sem caroço de algodão. O máximo GPD foi observado com 8% de inclusão de CA na dieta. A máxima EA ocorreu com 14,5% de CA na dieta. Os dados referentes as característica da carcaça (PQC, RC, AOL e EGS) também apresentaram resposta quadrática (P < 0,05) à inclusão de CA na dieta. Comparado ao tratamento controle, sem CA na dieta, a inclusão de óleo de soja não afetou nenhuma das características da carcaça avaliadas (P > 0,05). As características químicas da carne não diferiram (P > 0,05) entre os animais alimentados com dietas contendo 32% de CA daqueles alimentados com óleo de soja. A oxidação dos lipídios (TBARS) apresentou redução (efeito quadrático; P = 0,035) devido à inclusão de CA na dieta. Na avaliação sensorial da carne assada realizada através do painel consumidor, não foram observados efeitos dos tratamentos sobre o sabor, odor e aceitabilidade geral da carne (P > 0,05). Na avaliação das características organolépticas da carne realizada pelos provadores treinados também não foram observados efeitos dos tratamentos sobre o odor, sabor e aceitabilidade geral (P > 0,05). No experimento III, avaliou-se a cinética de fermentação ruminal do milho e do caroço de algodão através da produção cumulativa de gases. Foram utilizados cinco frascos (repetições) contendo 1g de substrato (milho ou CA) além de 5 frascos “brancos” (sem substrato). As leituras de pressão e volume dos gases acumulados nos frascos de incubação foram realizadas com transdutor de pressão nos tempos 0, 2, 4, 6, 8, 10, 12, 15, 19, 24, 30, 36, 48, 72 e 96 horas. O milho apresentou um maior potencial de produção de gases quando comparado ao caroço de algodão (P < 0,001). O tempo de colonização não apresentou diferença entre as duas fontes de energia (P = 0,646). O caroço de algodão apresentou uma maior taxa de degradação comparado com o milho (P = 0,001) e, consequentemente, para a redução (P < 0,001) do tempo necessário para atingir a máxima produção de gás. O milho apresentou uma maior potencial de degradação quando comparado com o caroço de algodão, resultado esse que pode ser observado pelo maior produção de gases. Apesar não suportar um grande potencial de degradação, parte da fração fribrosa do caroço de algodão apresentou alta degradabilidade, o que pode ser observado na sua maior taxa de degradação quando comparado com o milho (AU)

Processo FAPESP: 12/14289-0 - Caroço de algodão integral em dietas contendo elevados teores de concentrado para bovinos nelore terminados em confinamento: desempenho, características da carcaça e da carne, metabolismo ruminal e digestibilidade dos nutrientes
Beneficiário:Vinícius Nunes de Gouvêa
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado