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EMC1 contribui para a malignidade em células de câncer de mama

Texto completo
Autor(es):
Roberto Augusto Silva Molina
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Enilza Maria Espreafico; Guido Lenz; Maria Aparecida Nagai; Mariana Kiomy Osako
Orientador: Enilza Maria Espreafico
Resumo

O câncer de mama é uma das principais causas de morte por câncer em mulheres em todo o mundo, apresentando-se como uma doença heterogênea composta por distintos subtipos associados a diferentes prognósticos clínicos, mas as bases moleculares que sustentam sua progressão tumoral ainda não estão completamente elucidadas. Evidências de estudos em larga escala apontam uma potencial participação da proteína EMC1 no desenvolvimento do câncer de mama, mas falham em avaliam seu papel específico na progressão e manutenção deste tipo de tumor. EMC1 faz parte de um complexo definido por dez proteínas presente no retículo endoplasmático denominado Endoplasmic Reticulum Membrane Complex, caracterizado recentemente com potencial papel no enovelamento e maturação de proteínas de membrana e na via secretória. Investimos deste modo na caracterização de EMC1 e no seu envolvimento com o câncer de mama. Utilizando um pequeno painel de linhagens tumorais de mama, mostramos por meio de qPCR que os níveis de RNAm de EMC1 estavam aumentados em linhagens consideradas mais agressivas. Duas linhagens tumorais de mama, MCF-7 e SKBR-3 foram utilizadas para expressão estável de EMC1 mediada pelo vetor plasmidial pcDNA3.1. Os efeitos foram notáveis apenas para a linhagem SKBR-3, que apresenta amplificação no locus HER-2, um receptor do tipo tirosina quinase da família EGFR envolvido em vias de invasão e proliferação celular. Observamos uma nítida alteração morfológica após a superexpressão de EMC1 nesta linhagem, sugerindo uma reprogramação para um fenótipo mesenquimal. As células adquiriram filopódios mais proeminentes e mostraram aumento em sua capacidade proliferativa e crescimento clonogênico, sob condições adesivas ou não, bem como aumento nas capacidades invasiva (transwell) e migratória (wound healing). Análises do ciclo celular por iodeto de propídeo indicaram um ligeiro aumento nas populações celulares nas fases S e G2/M em células superexpressando EMC1, corroborando os ensaios funcionais. Notamos também após a superexpressão de EMC1 um aumento na liberação de MMP-2, justificando o aumento na capacidade invasiva destas células. Os resultados dos ensaios funcionais comprovam as análises in silico realizadas nas quais identificamos uma correlação da expressão de EMC1 com proteínas envolvidas em funções no retículo endoplasmático e no processo de transição epitélio-mesenquimal. Avaliamos ainda o metabolismo celular quanto a funções mitocondriais como consumo de oxigênio utilizando um oxígrafo e quanto a geração de espécies reativas de oxigênio (EROs) através da marcação por DHE. A superexpressão de EMC1 levou à diminuição da respiração, ou seja, no consumo de oxigênio e também da produção de EROs, ao passo que os níveis de lactato foram aumentados, características associadas a maior malignidade de células tumorais de mama. Por fim, mostramos através de ensaio de tumorigênese in vivo utilizando camundongos nude que a superexpressão de EMC1 conduziu a formação de tumores mais agressivos e de maior volume. Em conjunto os dados sugerem um importante papel de EMC1 na progressão tumoral do câncer de mama, sobretudo na transição para estágios mais invasivos, servindo como potencial marcador diagnóstico e alvo para terapias futuras. (AU)

Processo FAPESP: 10/11812-8 - Estudo do papel da proteína KIAA0090 na transformação neoplásica e resistência terapêutica do câncer
Beneficiário:Roberto Augusto Silva Molina
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado