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Sintomas musculo-esqueleticos relacionados ao trabalho em cirurgiões-dentistas

Texto completo
Autor(es):
Greice Bracht Gobbi
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Neusa Maria Costa Alexandre; Maria Lucia do Carmo Cruz Robazzi; Heleno Rodrigues Corrêa Filho
Orientador: Neusa Maria Costa Alexandre
Resumo

presente pesquisa teve a finalidade de contnDuir para o conhecimento da ocorrência de distúrbios osteomusculares nos cirurgiões-dentistas no Brasil. Para isto, pretendeu-se identificar a prevalência de sintomas músculo-esqueléticos relacionados ao trabalho no cirurgião-dentista, bem como a sua localização corporal, aspectos de qualidade de vida e tarefas do trabalho odontológico percebidas como fatigantes. Participaram do estudo 165 dentistas que exercem atividade profissional junto à Prefeitura Municipal de uma cidade do interior do estado de São Paulo. Os sujeitos que aceitaram fazer parte da pesquisa assinaram uma carta de consentimento informado. Foi utilizado um questionário auto-aplicável composto por quatro partes, contendo questões sobre dados gerais e ocupacionais; sintomas músculo-esqueléticos, qualidade de vida e elementos do trabalho percebidos como mais fatigantes para o sistema músculo-esquelético. Os instrumentos compreenderam um inventário sobre Dados Gerais e Ocupacionais, uma adaptação da parte geral do Questionário Nórdico; o questionário genérico de avaliação da qualidade de vida (SF-36) e a escala RPE (Rating ofPerceived Exertion) de Borg. Foi realizada uma análise descritiva das variáveis dos quatro instrumentos. Tomando-se como base o instrumento de sintomas músculo-esqueléticos, estipulou-se comparar dois grupos de sujeitos: os que apresentassem dor nos últimos 12 meses e os que não apresentassem sintomas independentemente das regiões corporais afetadas. Posteriormente, os participantes foram divididos em dois grupos, e comparados, quanto à presença ou não de sintomas nos úhimos 12 meses especificamente nas regiões cervical, punhos e mãos, lombar, torácica e ombros, que foram escolhidas devido à sua maior ocorrência. Foi realizado para a análise dos resultados o teste Qui-quadrado ou exato de Fisher para as variáveis categóricas e o teste de Mann- Whitney para as variáveis contínuas e também uma análise de regressão logística multivariada para identificar os fatores de risco contidos no instrumento de dados gerais e ocupacionais que pudessem ser associados a dor músculo-esquelética. Primeiramente foi realizada a análise de regressão independentemente das regiões corporais e posteriormente . especificando-se as regiões cervica1, punhos e mãos, lombar, torácica e ombros. O nível de significância adotado para as análises estatísticas foi de 5%. Dos participantes, 92,7% referiram algum tipo de sintoma osteomuscular nos últimos 12 meses. As regiões corporais mais afetadas foram: cervica1 (67,3%), punhos e mãos (63%), lombar (62,4%), torácica (61,2%) e ombros (58,8%). Verificou-se que o sexo feminino apresentou ser um fator de risco para a referência de dor osteomuscular independentemente da região corporal (p=O,00005) e especificamente para as regiões cervical (p=0,0078), torácica (P=0,04) e punhos e mãos (p=O,0006). Observou-se também que quanto menor o tempo de atuação profissional maior o risco de apresentar sintomas músculo-esqueléticos (OR= 0,9, p=O,03) embora os resultados referentes a sexo e tempo de atuação profissional podem ter sofrido interferência de um viés de seleção da amostra. Atividade física para a região de punhos e mãos (p=O,04) e receber ajuda de auxiliar para as regiões de punhos e mãos (p=O,OI) e torácica (p=O,003) apresentaram ser fatores de proteção para o aparecimento destas desordens. Os dentistas que referiram dor osteomuscular apresentaram, através do questionário genérico de qualidade de vida (SF-36), escores afetados negativamente nos domínios: dor, estado geral de saúde, vitalidade, aspectos sociais e saúde mental quando comparados com a população normal da cidade de São Paulo. Quanto aos elementos do trabalho percebidos como mais fatigantes para o sistema músculo-esquelético, o movimento "Tronco e pescoço girados ao mesmo tempo para visão direta e outros procedimentos" e o ato operatório "Cirurgia" foram os elementos que apresentaram escores mais altos. Os resultados deste estudo confirmam a severidade dos problemas na profissão do cirurgião-dentista e reforça a necessidade de novas pesquisas ergonômicas nesta área, pois outros fatores como aspectos psicossociais, ambientais e de organização do trabalho odontológico podem estar influenciando no desenvolvimento de sintomas músculo-esqueléticos nos cirurgiões-dentistas (AU)

Processo FAPESP: 01/08368-0 - Sintomas musculo-esqueleticos relacionados ao trabalho em cirurgioes dentistas.
Beneficiário:Greice Bracht Gobbi
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado