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O uso de se com infinito na historia do portugues: do portugues classico ao portugues europeu e brasileiro modernos

Texto completo
Autor(es):
Silvia Regina de Oliveira Cavalcante
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem
Data de defesa:
Membros da banca:
Charlotte Galves; Carmen Dobrovie Sorin; Maria Eugenia Lammoglia Duarte; Maria Aparecida Correa Ribeiro Torres de Morais; Sonia Maria Lazzarini Cyrino
Orientador: Charlotte Galves
Resumo

A análise sincrônica da variação 0 j se com infinitivo em amostras de fala (NurcjRJ e Português Fundamental) e de escrita (jornais) do Português Brasileiro (PB) e do Português Europeu (PE) revela uma diferença no percentual do uso de se com infinitivo: PE apresenta uma média de 8% de presença de se nas amostras de fala e de escrita, ao passo que PB apresenta uma média de 25% e de .50% de se na fala e na escrita respectivamente. partir de tais resultados, esta tese procura entender a evolução diacrônica de se com infinitivo que dá lugar a esse uso diferenciado em PE e PB. Para isso, trata da variação 0 j se numa amostra de textos de autores portugueses nascidos entre os séculos 16 e 19, que compõem o Corpus Anotado do Português Histórico - Corpus Tycho Emhe. Nesta amostra, a média de se com infinitivo sofre uma mudança: até o século 18 (período do Português Clássico - PCI), há 20% de presença de se nas infinitivas; a partir do século 18 (Português Europeu), há 10% de presença de se nas sentenças infinitivas. A análise se fundamenta (a) no tipo de se que pode aparecer junto ao infinitivo: sepassivo, se-indefinido e se-impessoal (cj. Raposo e U riagereka 1996 e Martins 2003), e (b) na natureza de AGR não finito em PB e PE (cj. Moreira da Silva 1983, Galves 1993 e Figueiredo Silva 1996). Com base neste quadro teórico e nos resultados de um conjunto de mudanças ocorridas na gramática do PB, é possível argumentar a favor de que, enquanto no PE, um sistema em que AGR é forte, capaz de licenciar e identificar sujeitos nulos, aparecem o se-indefinido e o se-impessoal; no PB, um sistema de AGR fraco no traço [pessoa], o se é o se-impessoal e aparece para identificar o referente indeterminado da posição sujeito de infinitivo, em variação com os pronomes a gente e você. No PCI, diferentemente, aparece o se-passivo nas infinitivas. Com esses resultados, procuro contribuir para uma descrição mais acurada das diferenças paramétricas existentes entre PE e PB. Esses resultados, aliados às pesquisas desenvolvidas dentro do quadro teórico gerativista, contribuem para se postular que estamos diante de três gramáticas distintas: a do PCI, a do PE e PB (AU)

Processo FAPESP: 00/04783-0 - O uso de se com infinitivo no portugues brasileiro e europeu.
Beneficiário:Silvia Regina de Oliveira Cavalcante
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado