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A única luta que se perde é aquela que se abandona: Etnografia entre familiares de mortos e desaparecidos políticos no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Desirée de Lemos Azevedo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Bela Feldman; Cynthia Andersen Sarti; Letícia Carvalho de Mesquita Ferreira; Adriana Gracia Piscitelli; Liliana Lopes Sanjurjo
Orientador: Bela Feldman
Resumo

A presente tese reflete sobre o movimento de familiares de mortos e desaparecidos políticos no Brasil. Lidando com uma perspectiva histórica, esta etnografia acompanha o surgimento e a inserção desse movimento político nas arenas de debates públicos sobre a Ditadura (1964-1985). Espaços onde a identificação da violência passada, a denúncia da injustiça e a nomeação de direitos se fazem centrais. O objetivo é compreender como a expressão pública de testemunhos, demandas e denúncias passam a ser reconhecidas como uma forma de coletivizar as experiências, as dores e as trajetórias familiares e constituir os "mortos e desaparecidos" como categoria a partir da qual a produção de narrativas sobre a Ditadura se volta para a busca de "responsabilidades" e de "direitos", mas também para a construção de projetos de futuro calcados no respeito aos Direitos Humanos. Ao longo do texto, coloco em evidência as categorias, as narrativas e as práticas através das quais as organizações se inserem nos espaços de disputa política e reivindicam a condição de vozes mais autorizadas a falar sobre o passado. Também discuto como, nesse processo, os "familiares de mortos e desaparecidos" passam a se ver e serem vistos como uma comunidade, sujeitos do sofrimento, do conhecimento, da denúncia e de estratégias políticas de luta por reconhecimento. Por fim, argumento que os familiares de mortos e desaparecidos são uma comunidade política e moral que se imagina forjada, simultaneamente, pela luta e pela vulnerabilidade, em meio às redes de afeto e de solidariedade que se constituem na relação entre os sujeitos do movimento, com os "mortos e desaparecidos" e com as instituições do Estado para as quais suas demandas são direcionadas (AU)

Processo FAPESP: 12/15601-7 - Memória, verdade e justiça: um estudo etnográfico sobre a construção da Comissão da Verdade no Brasil
Beneficiário:Desiree de Lemos Azevedo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado