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História espacial e variabilidade genético-morfológica de populações de Belostoma angustum Lauck, 1964 (Heteroptera: Belostomatidae) nas serranias pampianas do Rio Grande do Sul, Brasil

Texto completo
Autor(es):
Fabiano Stefanello
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Ribeirão Preto.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (PCARP/BC)
Data de defesa:
Membros da banca:
Eduardo Andrade Botelho de Almeida; Fernando de Faria Franco; Maura Helena Manfrin; Mauricio Osvaldo Moura
Orientador: Eduardo Andrade Botelho de Almeida
Resumo

Neste trabalho, investigamos a dinâmica populacional de uma barata d\' água, Belostoma angustum, ao longo do Pampa no sul do Brasil. Foram avaliadas a variação genética, morfológica e a história demográfica de 18 populações. A área total amostrada inclui duas serranias e uma planície entre elas, excedendo 400 quilômetros ao longo de um gradiente longitudinal. A variação genética foi avaliada a partir de marcadores mitocondriais e nucleares. A variação morfológica foi avaliada utilizando medidas lineares de machos e fêmeas, e de estruturas genitais masculinas usando abordagens de morfometria geométrica. Testamos o efeito da topografia das serranias, das bacias de drenagem e das mudanças climáticas passadas sobre a estrutura das populações. Os resultados de múltiplas análises de variância molecular (AMOVA) mostram que Belostoma angustum forma uma grande população panmítica ao longo das serranias do Pampa. Todos os haplótipos mais frequentes são compartilhados por indivíduos de todas as três grandes áreas amostradas em marcadores genéticos dos loci mitocondrial e nuclear. A diferenciação entre haplótipos foi muito baixa, não excedendo dois passos mutacionais. O padrão filogeográfico congruente em ambos os marcadores indica taxas de migração não enviesada para um dos sexos. Além disso, não encontramos evidência de isolamento por distância (IBD) com base nos dados mitocondriais. Os valores de st par a par foram baixos e não significativos, indicando fluxo gênico histórico entre as populações da barata d\'água estudada ao longo das serranias Pampianas. Os resultados sobre a história demográfica da população panmítica ao longo do planalto do Pampa sugerem que essa população experimentou uma expansão populacional recente e rápida que teve início no fim do período Pleistoceno (há aproximadamente 15.000 anos), após a última máxima glacial. A expansão demográfica recente e acentuada poderia explicar a alta porcentagem de haplótipos exclusivos e o número reduzido de passos mutacionais entre eles. Não encontramos variação morfológica entre as populações de B. angustum amostradas ao longo das serranias do Pampa, exceto em algumas dimensões corporais. A uniformidade fenotípica entre as populações torna-se mais provável na medida em que o fluxo de genes atue homogeneizando as populações. Entretanto, no caso do tamanho do corpo, especialmente, há variação entre populações potencialmente explicada por plasticidade fenotípica, gerando assim diferenciação fenotípica sem diferenciação genética. Nossos resultados genéticos sugerem indiretamente que os indivíduos de B. angustum possuem capacidade de voo suficiente para transpor as barreiras topográficas na área amostrada. (AU)

Processo FAPESP: 15/07166-7 - História espacial e variabilidade genético-morfológica de populações de Belostoma angustum Lauck, 1964 (Heteroptera: Belostomatidae) nas serranias pampianas do Rio Grande do Sul, Brasil
Beneficiário:Fabiano Stefanello
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado