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Corpos biônicos e órgãos intercambiáveis: a produção de saberes e práticas sobre corações não-humanos

Texto completo
Autor(es):
Marisol Marini
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Heloisa Buarque de Almeida; Marko Synesio Alves Monteiro; Fernanda Arêas Peixoto; Guilherme José da Silva e Sá; Renzo Romano Taddei
Orientador: Heloisa Buarque de Almeida; Stelio Alessandro Marras
Resumo

A questão principal que a presente tese procura investigar é se os corações artificiais produzem instabilidades ontológicas em termos do que é humano e não-humano. A atenção dada às práticas experimentais laboratoriais, clínicas e cirúrgicas permite iluminar os arranjos heterogêneos por meio dos quais tais dispositivos médicos emergem. Nas três etapas de pesquisa testes in vitro, testes in vivo e avaliação em humanos foi possível observar uma modulação entre a boa participação e um envolvimento não produtivo que deve ser evitado para o sucesso das intervenções. As relações instituídas nas práticas médico-científicas evidenciam a participação como um dado fundamental para a produção das tecnologias cardíacas, assim como a imaginação que diz respeito não apenas à idealização, mas também aos processos criativos emergidos na concretização/realização de procedimentos laboratoriais e clínicos, sendo, portanto, corporificada. O primeiro capítulo trata dos testes in vitro e tem como foco a problematização do eixo natureza e cultura. O segundo capítulo parte dos testes in vivo para problematizar as relações entre animais humanos e não-humanos. E por fim, o terceiro capítulo tem como foco a avaliação em humanos, problematizando as fronteiras entre a vida e a morte. Trata-se de uma divisão temática esquemática, embora a permuta ontológica entre natureza e cultura, humanos e não-humanos e vida e morte percorra todo o trabalho. Diante do alto índice de mortes associadas à insuficiência cardíaca, os corações artificiais são projetados como alternativas ou soluções auxiliares ao transplante de órgãos para pacientes que se tornam refratários aos tratamentos medicamentosos. Além de produzirem novos corpos e corporalidades, os corações artificiais trazem novos dilemas e recursos para a gestão da vida, podendo operar como uma pedagogia e preparação para a morte, na medida em que a suspende/prorroga, porém mantendo-a próxima. (AU)

Processo FAPESP: 13/02389-2 - Corpos Biônicos e Órgãos Intercambiáveis - As práticas científicas e a produção de saberes sobre corações não-humanos
Beneficiário:Marisol Marini
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado