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Ação do ácido valproico e da tricostatina A na organização cromatínica e sua regulação por fatores epigenéticos em células HepG2 sob condições de hiperglicemia

Texto completo
Autor(es):
Marina Barreto Felisbino
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Maria Luiza Silveira Mello; Marcelo Emilio Beletti; Patricia Pasquali Parise Maltempi; Murilo Vieira Geraldo; Shirlei Maria Recco Pimentel
Orientador: Maria Luiza Silveira Mello
Resumo

Diabetes é uma doença complexa com diversos fatores, entre os quais epigenéticos, afetando seu desenvolvimento. Uma estratégia potencial para reverter mudanças epigenéticas associadas a várias doenças é o uso de inibidores de deacetilases de histonas (HDACis). Tem sido relatado o papel de HDACi, como o ácido valproico (VPA) e a tricostatina A (TSA), na redução da glicose plasmática, na melhoria da resistência à insulina e na redução das complicações microvasculares tardias do diabetes, assim como no controle da gliconeogênese. Além disso, HDACis têm sido apontados como novos agentes imunomoduladores, uma vez que apresentam a habilidade de reduzir a severidade de doenças inflamatórias e autoimunes. Tendo em vista que o fígado é um órgão fundamental para o metabolismo de glicose e lipídios, o presente estudo foi desenvolvido em células hepáticas HepG2, modelo usado em estudos do diabetes. Alterações na estrutura cromatínica associadas a mudanças em marcas epigenéticas e na expressão gênica foram avaliadas de maneira a se entender as consequências em larga escala da hiperglicemia, assim como da ação de HDACi nesse contexto. O tratamento com VPA e TSA sob normoglicemia promoveu remodelação cromatínica em células HepG2, identificada através da análise de imagem e da abundância das marcas H3K9ac e H3K9me2. Além disso, constatou-se migração dos sinais de H3K9ac para a periferia nuclear, acompanhada de dissociação das proteínas HP1-? das regiões heterocromáticas e de aumento na frequência de células na fase G1 do ciclo celular. A própria exposição das células à hiperglicemia foi capaz de promover alterações cromatínicas e epigenéticas semelhantes às reportadas acima. Curiosamente, quando as células foram tratadas com VPA e TSA em ambiente hiperglicêmico, os resultados não foram intensificados. Entretanto, apesar da ausência de indução de alterações morfológicas, esses tratamentos trouxeram significado fisiológico, reduzindo a produção de glicose hepática. Conclui-se que o nível de glicose do microambiente afete a maneira como a cromatina de hepatócitos responde aos HDACi e que essas respostas podem se dar mais em função dos domínios e genes diferencialmente regulados do que de uma remodelação global da cromatina. Nesse sentido, uma análise global dos genes potencialmente impactados pelo tratamento com VPA foi realizada por meio de RNA-seq, visando entender os mecanismos de ação que levam à melhoria do estado hiperglicêmico. Através de análises bioinformáticas iniciais, foi associada a ação do VPA com a modulação do sistema complemento e de coagulação. Esses sistemas apresentam origens evolutivas comuns, e entender a comunicação entre essas vias tem implicações clínicas fundamentais no contexto de doenças inflamatórias. A rede de fatores de transcrição que regula a expressão gênica parece ser o ponto de conexão entre as vias metabólicas e do sistema imune; então, compreendê-la melhor, assim como decifrar os padrões de acetilação nesses genes, irá ajudar a completar essas conclusões. Até o momento, foi possível avaliar como a hiperglicemia influencia a textura cromatínica e sua regulação epigenética, assim como desvendar como os HDACis atuam nesse contexto, mitigando a hiperglicemia através da modulação de vias gênicas até então não descritas, o que pode vir a enriquecer as abordagens terapêuticas para o diabetes (AU)

Processo FAPESP: 12/03238-5 - Ação do ácido valproico e da tricostatina A na organização cromatínica e sua regulação por fatores epigenéticos em células HepG2 sob condições de hiperglicemia
Beneficiário:Marina Barreto Felisbino
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado