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Emprego de selante de fibrina combinado com células tronco mesenquimais para o reparo de lesão no funículo anterior: efeitos sobre a inflamação, neuroproteção e regeneração axonal

Texto completo
Autor(es):
Aline Barroso Spejo
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira; Marcondes Cavalcante Franca Junior; Andre Schwambach Vieira; Rui Seabra Ferreira Junior; Taize Machado Augusto
Orientador: Alexandre Leite Rodrigues de Oliveira
Resumo

A intensa morte neuronal, inflamação e formação de um microambiente inibitório representam importantes desafios para reparo de lesões medulares. Neste sentido, o emprego de células tronco mesenquimais (CTM) tem sido considerado como alternativa para o tratamento de traumas à medula espinal. Assim, para avaliar a neuroproteção, modulação da resposta inflamatória e formação da cicatriz glial, o tratamento com CTM foi realizado após axotomia intramedular (AI), através de lesão perfurante no funículo anterior, nos níveis medulares L4-6, em ratas Lewis fêmeas. Com o objetivo de reter as CTM no sítio da lesão empregou-se o selante de fibrina (SF) como arcabouço. Após 7 dias de sobrevida pós lesão, foi realizado PCR quantitativo em tempo real para avaliar os níveis de transcritos gênicos de VEGF e BDNF; iNOS2 e Arginase-1 (marcadores de macrófagos M1 e M2, respectivamente); citocinas pró-inflamatórias TNF-alfa, IL-6 e IL-1beta e citocinas anti-inflamatórias IL-4, IL-10, IL-13 e TGF-beta. O grupo que recebeu SF apresentou maior expressão dos genes iNOS2 e arginase-1, aumento na expressão das citocinas pró-inflamatórias TNF-alfa e IL-1beta e anti-inflamatórias IL-10, IL-4 e IL-13. Assim, o SF promoveu maior resposta inflamatória, bem como a antecipação de sua resolução. Com sobrevida de 14 dias após a lesão foi realizada a contagem de motoneurônios alfa-medulares (MN), evidenciados por coloração de Nissl. Para análise da astrogliose na lâmina IX e destacamento sináptico ao redor de MN lesionados (GAP-43 positivos) foi realizada imunoistoquímica anti-GFAP e anti-sinaptofisina, respectivamente. Observou-se morte celular de cerca de 70% dos MN nos grupos sem tratamento. Os grupos tratados com SF e/ou CTM apresentaram maior sobrevivência neuronal comparada aos demais grupos, revelando o efeito neuroprotetor desses tratamentos. A reatividade astroglial mostrou-se menos intensa nos grupos tratados com CTM, quando comparada aos demais grupos, mostrando que as CTM influenciaram na redução da astrogliose reativa nesse período. A análise do destacamento sináptico evidenciou maior preservação sináptica ao redor do corpo celular dos MN de animais que foram tratados com CTM, refletindo um possível papel das mesmas na preservação de circuitos sinápticos. Com sobrevida de 28 dias após a lesão, a cicatriz glial no funículo anterior foi estudada através de imunoistoquímica anti-GFAP (marcador de astrócitos) e anti-CS-56 (marcador de condroitin sulfato proteoglicano). Ao longo desse período, a marcha dos animais foi avaliada através do walking track test (Catwalk). O estudo da cicatriz glial revelou similar quantidade de astrócitos e condroitin sulfato em todos os grupos experimentais. Na avaliação da recuperação motora, os animais tratados com CTM apresentaram melhor performance. O SF sozinho mostrou-se neuroprotetor e promotor de inflamação pró-regenerativa, assim como acelerou sua resolução. A combinação de SF e CTM promoveu neuroproteção, diminuição da astrogliose e preservação sináptica. Porém, tal tratamento combinado gerou padrão de inflamação distinto do grupo tratado apenas com SF, não apresentando a mesma melhora na função motora observada no grupo tratado apenas com CTM. Assim, os animais tratados apenas com CTM apresentaram a melhor performance regenerativa. Neste grupo foi possível observar neuroproteção, diminuição da astrogliose, preservação dos circuitos próprio-espinais e melhor função motora. Portanto, a terapia com CTM pode ser realizada com sucesso, mesmo sem a administração conjunta de um substrato que as retenha no sítio da lesão. Possivelmente essas células são ativamente capazes de se manter no microambiente lesado, através de sinais moleculares emanados pelos neurônios/glia presentes no local do trauma (AU)

Processo FAPESP: 12/22750-9 - Emprego de selante de fibrina combinado com células tronco mesenquimais para o reparo de lesão no funículo anterior: efeitos sobre a inflamação, neuroproteção e regeneração axonal.
Beneficiário:Aline Barroso Spejo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado