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Negociações financeiras internacionais e atores políticos: a suspensão das negociações entre Brasil e FMI na administração Juscelino Kubitschek (1957-1959)

Texto completo
Autor(es):
Fernanda Conforto de Oliveira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Relações Internacionais (IRI)
Data de defesa:
Membros da banca:
Felipe Pereira Loureiro; Renato Perim Colistete; Giselle Datz
Orientador: Felipe Pereira Loureiro
Resumo

Esta dissertação analisa as relações entre o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Brasil durante a administração de Juscelino Kubitschek (1956-1961). A análise foca nos anos de 1957 a 1959, momento em que o governo brasileiro estava negociando o primeiro e o segundo acordo standby do país com o FMI. O objetivo é identificar as condições que encorajaram a administração Kubitschek a suspender negociações com o FMI em junho de 1959. Com base em documentos oficiais brasileiros, norte-americanos e do FMI, bem como em jornais brasileiros e em entrevista com oficiais brasileiros, esta pesquisa revela que o governo Brasileiro somente iniciou negociações com o Fundo em 1958 após intensa pressão de Washington. O governo dos Estados Unidos condicionou empréstimos ao Brasil à assinatura de um acordo standby entre Brasil e Fundo, ao invés de negociar ajuda financeira diretamente com o Rio de Janeiro como até então fazia. Washington utilizou o FMI para avançar sua agenda de política econômica externa no Brasil. Essa posição dura dos EUA se manteve consistente mesmo diante das crescentes ofensivas soviéticas na América Latina. Tendo em vista as demandas por estabilização do Fundo e o precário desempenho anti-inflacionário do Brasil, os desacordos entre FMI e o governo Brasileiro aumentaram, culminando na suspensão das negociações em junho de 1959. Consequentemente, as relações entre EUA e Brasil se deterioraram seriamente, encorajando o Presidente Kubitschek a adotar uma política externa mais globalista. Essas conclusões são relevantes porque lançam luz em aspectos normalmente negligenciados pela literatura: no papel crucial dos EUA na busca por ajuda financeira do FMI pelo Brasil de Kubitschek; na insuficiência de uma simples análise baseada no contexto da Guerra Fria para explicar a razão pela qual Washington assumiu uma posição dura em relação ao Brasil; e na relação entre a suspensão das negociações entre Brasil e FMI e as raízes da Política Externa Independente do Presidente Jânio Quadros no início da década de 1960. (AU)

Processo FAPESP: 16/10315-7 - Negociações financeiras internacionais e atores políticos: o rompimento das relações entre Brasil e FMI no governo Juscelino Kubitschek (1957-1959)
Beneficiário:Fernanda Conforto de Oliveira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado