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Bioprospecção de atividades biológicas e compostos bioativos da própolis orgânica brasileira

Texto completo
Autor(es):
Bruno Dias Nani
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Data de defesa:
Membros da banca:
Pedro Luiz Rosalen; Masaharu Ikegaki; Patricia Correa Dias; Karina Cogo Müller; Antônio Pedro Ricomini Filho
Orientador: Marcelo Franchin; Pedro Luiz Rosalen
Resumo

A própolis orgânica brasileira é produzida na mata Atlântica dos estados brasileiros de Santa Catarina e Paraná (PO). A PO é produzida e certificada internacionalmente de forma orgânica e pode ser agrupada em 7 perfis químicos distintos com atividades antibacterianas e antioxidantes. A PO perfil 6 (PO6) tem destaque entre estes perfis, pois é o único com atividade anti-inflamatória. A presente pesquisa teve o objetivo de (1) elucidar os mecanismos de ação anti-inflamatórios da PO6; (2) avaliar atividades antifúngicas da PO6; (3) identificar moléculas potencialmente bioativas da PO6; e (4) verificar as atividades biológicas e toxicidade de giberilinas (classe de terpenoides identificada na PO6). Os resultados mostraram que o extrato bruto da PO6 possui potente atividade anti-inflamatória, reduzindo a ativação do NF-kB, a liberação de TNF-'alfa' e a migração neutrofílica. Também mostramos que o extrato bruto da PO6 possui atividade antifúngica in vitro contra as espécies Candida albicans, Candida glabrata, Candida tropicalis, Candida krusei, e Candida parapsisolis (valores de CIM e CFM menores que 200 µg/mL; atividade antibiofilme em concentrações 10 e 100 vezes o valor de CIM; e redução da adesão das espécies de Candida em queratinócitos humanos em concentrações inferiores ao MIC). Nossos resultados também mostraram que doses antifúngicas da PO6 possuem baixa toxicidade em modelo in vivo com larvas de Galleria mellonella. Os compostos giberilinas A7, A9 e A20; ácido cafeoiltartárico, ácido 3,4-dicafeoiltartárico e quercetina foram identificados na PO6 pela técnica de Cromatografia Líquida de Massa Precisa. Este foi o primeiro relato da presença de giberilinas em amostras de própolis. As giberilinas A4 e A7 (GA4 e GA7) possuem atividades anti-inflamatórias e antifúngicas distintas: a GA4 reduz a ativação do NF-kB em macrófagos e não possui atividade antifúngica; enquanto que a GA7 possui atividade antifúngica contra a espécie C. albicans (valor de CIM de 94 mM, valor de MFC de 188 mM e atividade antibiofilme em concentração de 100 vezes o valor de MIC), mas não apresenta atividade anti-inflamatória. Ambas as GA4 e GA7 possuem atividade antioxidante sequestrante do radical livre ROO¿ e baixo perfil tóxico no modelo de G. mellonella. Desta forma, concluímos que: (1) a PO6 possui uma potente atividade anti-inflamatória por meio da redução da ativação do NF-kB; liberação de TNF-'alfa' e migração de neutrófilos; (2) a PO6 possui potente atividade antifúngica contra as espécies mais prevalentes de Candida; (3) as moléculas giberilinas A7, A9 e A20; ácido cafeoiltartárico, ácido 3,4-dicafeoiltartarico e quercetina podem ser responsáveis por tais efeitos biológicos; e (4) a GA4 possui atividade anti-inflamatória, reduzindo a ativação do NF-kB sem atividade antifúngica; enquanto que a GA7 possui atividade anti-fúngica contra C. albicans, sem apresentar atividade anti-inflamatória; ambas GA possuem atividade antioxidante contra o radical peroxil e baixo perfil tóxico. Nossos resultados mostram que a PO6 é uma fonte de moléculas bioativas de grande potencial, além de ser um produto natural que pode ser usado na prevenção de doenças inflamatórias, fúngicas e oxidativas e que a classe das giberilinas pode ser responsável por estes efeitos (AU)

Processo FAPESP: 15/26864-7 - Bioprospecção de compostos ativos da própolis orgânica com atividade sobre a migração de neutrófilos no processo inflamatório.
Beneficiário:Bruno Dias Nani
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado