Espacialização e geocronologia das coberturas supe... - BV FAPESP
Busca avançada
Ano de início
Entree


Espacialização e geocronologia das coberturas superficiais em terraços marinhos, fluviomarinhos e fluviais na foz das bacias dos rios Itapocu e Araranguá (SC), decorrentes dos episódios de transgressões e regressões marinhas associadas às oscilações/pulsações climáticas

Texto completo
Autor(es):
Felipe Gomes Rubira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Geociências
Data de defesa:
Membros da banca:
Archimedes Perez Filho; Antônio Carlos de Barros Corrêa; Pedro Manuel Rodrigues Roque Proença Cunha; Fernando Nadal Junqueira Villela; Regina Célia de Oliveira
Orientador: Archimedes Perez Filho
Resumo

Esta pesquisa objetiva identificar, espacializar e compartimentar morfologicamente níveis de terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos, terraços de planície de maré holocênicos, fluviomarinhos e fluviais holocênicos, dissecados pela dinâmica fluvial dos baixos cursos dos rios Araranguá e Itapocu. Simultaneamente, objetiva correlacioná-los, mediante geocronologia dos eventos deposicionais associados às coberturas superficiais que os sustentam/recobrem, a episódios marinhos transgressivos e regressivos identificados pela literatura paleoclimática nacional e internacional, vinculados às mudanças/oscilações climáticas pleistocênicas e pulsações climáticas holocênicas (gênese), compreendendo a dinâmica da formação e transformação da paisagem costeira mediante estabelecimento de cenário regional geocronológico pautado em fases evolutivas. A metodologia proposta visou recompor lapsos temporais e genéticos referentes à evolução e deposição das coberturas superficiais que originaram os terraços, com base na elaboração de modelos digitais de elevação, perfis topográficos, realização de trabalhos de campo, comparações estratigráficas, análises granulométricas e datações realizadas por luminescência opticamente estimulada (LOE) por meio dos procedimentos indicados pelo protocolo SAR (Single Aliquot Regenerative-dose) em 15 alíquotas. Na planície costeira do rio Araranguá foram identificados dois níveis de terraços marinhos pleistocênicos (NI e NII ? >75.000 anos A.P.); dois níveis de terraços marinhos holocênicos (NIII ? 6.000 ± 820 / 5.000 ± 620 / 420 ± 65 anos A.P.) / (NIV ? 180 ± 25 / 165 ± 35 anos A.P.); um nível de terraço lagunar holocênico recoberto por depósitos eólicos (3.450 ± 440 anos A.P.); um nível de terraço fluvial holocênico (2.250 ± 300 anos A.P.); terraços fluviomarinhos holocênicos (6.000 ± 820 / 5.000 ± 620 / 2.700 ± 420 / 950 ± 130 / 180 ± 25 anos A.P.). Os resultados geocronológicos dos eventos deposicionais vinculados às coberturas superficiais destes terraços evidenciaram que a dinâmica evolutiva do litoral sul catarinense (Araranguá) se caracterizou pelo desenvolvimento de sistema Laguna-Barreira III (Pleistocênico) e Laguna-Barreira IV (Holocênico), os quais estariam vinculados a proposta evolutiva de Villwock (1984) para cordões litorâneos sul rio grandenses. Também evidenciaram que a planície costeira do sul de Santa Catarina (Araranguá) é composta por diferentes gerações de atividades eólicas, responsáveis por soterrar materiais marinhos do nível I (35.250 ± 4.400 / 32.000 ± 3.600 / 16.500 ± 2.050 / 10.700 ± 1.260 / 9.800 ± 1.230 anos A.P.), desenvolvendo espessa duna fóssil pedogenizada; remobilizar materiais marinhos do terraço de nível II (14.300 ± 1.400 / 12.800 ± 1.500 anos A.P.), que se encontram interdigitados; recobrir materiais marinhos do nível III mediante desenvolvimento de delgada camada estratigráfica eólica superficial; desenvolver dunas frontais em setores do terraço marinho de nível IV. Na planície costeira do rio Itapocu foram identificados dois níveis de terraços de planície de maré holocênicos (NI e NII ? 4.000 ± 620 / 3.820 ± 520 / 3.000 ± 470 / 3.050 ± 380 / 2.900 ± 320 anos A.P.); um nível de terraço marinho pleistocênico (NI ? >49.700 ± 9.750 anos A.P.); dois níveis de terraços marinhos holocênicos (NII ? 1.220 ± 110 anos A.P.) / (NIII? 880 ± 110 / 250 ± 70 / <100 anos A.P.); dois níveis de terraços fluviais holocênicos (NI e NII ? 2.950 ± 300 / 1.200 ± 110 anos A.P.). Os resultados geocronológicos dos eventos deposicionais vinculados às coberturas superficiais destes terraços evidenciaram que a dinâmica evolutiva do litoral norte catarinense (Itapocu) caracterizou-se pela expansão do atual complexo sistema estuarino da baía de Babitonga ao longo de regressão marinha que sucedeu pico transgressivo holocênico santista, propiciando formação de ambientes de planície de maré em condições paleoestuarinas desenvolvidas em grande parte da planície costeira, inibindo a formação de sistemas do tipo Laguna-Barreira observados em Araranguá. Por meio das datações foi possível definir 13 fases evolutivas para planície costeira da bacia hidrográfica do rio Araranguá e 11 para Itapocu, as quais foram determinadas a luz das transgressões e regressões marinhas suscitadas por mudanças/oscilações/pulsações climáticas quaternárias. Conclui-se que, embora a dinâmica evolutiva dos sistemas ambientais do litoral sul e norte de Santa Catarina sejam totalmente divergentes, os terraços, constituem-se, independentemente das características e intensidades processuais pelas quais foram desenvolvidos, como registros geomorfológicos da ocorrência das mudanças, oscilações e pulsações climáticas. Do mesmo modo, conclui-se que ciclos de alternâncias climáticas exibiram estreita relação com a dinâmica responsável pela produção de sedimento, remobilização e deposição nos ambientes costeiros de Santa Catarina (AU)

Processo FAPESP: 16/08944-6 - Espacialização e geocronologia das coberturas superficiais em baixos terraços marinhos, flúvio-marinhos e fluviais na foz das bacias dos rios itapocu e araranguá (sc), decorrentes dos episódios de transgressões e regressões marinhas associadas às oscilaçõ
Beneficiário:Felipe Gomes Rubira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado