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Desmatamento e pastagens na Amazônia: impactos do manejo de acidez e da rizosfera de Urochloa brizantha sobre a ciclagem de metano no solo e microbiota associada

Texto completo
Autor(es):
Leandro Fonseca de Souza
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/STB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Tsai Siu Mui; Teotonio Soares de Carvalho; Rodrigo Mendes; Vivian Helena Pellizari
Orientador: Tsai Siu Mui
Resumo

Na região amazônica, pastagens são o principal uso do solo após desmatamento. Esta conversão afeta a ciclagem de metano no solo, mudando o balanço no fluxo de gases de dreno de metano atmosférico sob floresta para emissores sob pastagem. Nesta pesquisa avaliou-se como o manejo de pastagens pode afetar o processo, considerando a cobertura do solo por Urochloa brizantha cv. Marandu e sua rizosfera, e a calagem destes solos a pHs 5,8-6,5. O papel da acidez de solos de floresta no sequestro de metano também foi testado. Dois experimentos foram conduzidos em condições controladas de casa de vegetação, partindo de solos de floresta e pastagem do leste e do oeste amazônico, além de estudo em campo. Também foram realizadas incubações dos solos sob condições de laboratório com 13CH4 para utilização da técnica de Sondas de Isótopos Estáveis (SIP-DNA). A microbiota associada à ciclagem de metano no solo foi avaliada por quantificação de genes pmoA e mmoX (metanotróficos), mcrA (metanogênicos) e pelo sequenciamento massivo do gene 16S rRNA. Observou-se que a cobertura do solo com capim Marandu, em contraponto a um solo descoberto, aumenta o sequestro de metano pelo solo em até 35% e reduz em até 10x a abundância absoluta de arquéias metanogênicas na rizosfera, compostas pelos gêneros Methanosarcina sp., Methanocella sp., Methanobacterium sp. e Rice Cluster I. A calagem de solos de pastagem pode aumentar o sequestro de metano no solo sob altas concentrações de metano, com aumento da atividade de metanotróficas Beijerinckiaceae (tipo II) e Methylocaldum sp. (tipo I), ou pode reduzir esta capacidade sob concentrações atmosféricas, sem alteração significativa da abundância absoluta de metanotróficas ou metanogênicas. Observou-se também que a calagem de solos de floresta reduz sua capacidade de oxidação de metano, podendo torná-los emissores, sem alterações significativas na abundância absoluta de metanotróficas ou metanogênicas. Estes resultados apontam o potencial do manejo de pastagens, por calagem e conservação da cobertura do solo com gramínea, na mitigação de emissões de metano da atividade pecuária na região amazônica. Indicam também a necessidade de pesquisas de validação em campo considerando a sazonalidade das chuvas e exposição do solo a condições de saturação de umidade, favoráveis à metanogênese (AU)

Processo FAPESP: 18/09117-1 - Microbiota ativa no sequestro de metano em solos de floresta e pastagem revelada por sondas de isótopos estáveis e metagenômica
Beneficiário:Leandro Fonseca de Souza
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado