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Dose de risco de fluorose dental a que são submetidas crianças em região de agua fluoretada: avaliação do efeito da temperatura ambiental e da exposição a dentifricios fluoretados

Texto completo
Autor(es):
Ynara Bosco de Oliveira Lima
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Odontologia de Piracicaba
Data de defesa:
Membros da banca:
Jaime Aparecido Cury; Paulo Capel Narvai; Pedro Luiz Rosalen
Orientador: Jaime Aparecido Cury
Resumo

Tendo em vista a preocupação com o aumento da prevalência da fluorose dental, todas as fontes e fatores que podem contribuir para uma exposição sistêmica a flúor devem ser estudados. Em região de água fluoretada um fator importante é a temperatura ambiental, principalmente em países tropicais. Quando da existência de fluoretação da água a exposição a dentifrícios fluoretados é relevante, devido à ingestão inadvertida por crianças em idade de risco de fluorose dental. O limiar, em termos de risco, tem sido considerado uma dose entre 0,05 a 0,07 mg F/kg/dia. No presente trabalho foi avaliado o efeito da temperatura ambiental na dose de flúor a que são submetidas crianças pela exposição à água fluoretada nas quatro estações do ano. Avaliou-se também a contribuição da escovação com dentifrício fluoretado para a dose total de exposição. Após aprovação pelo Comitê de Ética da FOP-UNICAMP e realização de um estudo piloto com 5 voluntários da creche da FOP-UNICAMP, foram selecionadas 33 crianças entre 20 e 30 meses de idade de uma creche municipal de Piracicaba/SP, as quais bebiam e comiam alimentos preparados com água de abastecimento público. Para a determinação da dose total de exposição ao flúor, foi feita a coleta da dieta-duplicada (sólidos e líquidos) e dos produtos da escovação nas quatro estações do ano. A extração de flúor dos alimentos, sólidos e líquidos da dieta, foi feita pela técnica de microdifusão facilitada por HMDS. A quantidade de flúor ingerido pela escovação foi calculada subtraindo-se a quantidade de flúor recuperada (expectoração e lavagem da escova) da utilizada (calculada em função do peso de dentifrício e determinação da quantidade de flúor solúvel no mesmo). As análises de flúor foram feitas com eletrodo específico, Orion 96-09. A dose a que as crianças foram submetidas foi calculada dividindo-se a quantidade (mg) de flúor ingerida por dia pelo peso (kg) das mesmas. Os resultados da concentração de flúor na água (ppm F HzO), temperatura ambiental (°C), dose (mg F/kg/dia) devido à dieta (DoDi), dentifrício (DoDe) e total (DT), respectivamente na primavera, verão, outono e inverno, foram: 1) ppm F HzO: 0,56+0,07a; 0,54+0,07 a; 0,66+0,12 b e 0,66+0,08 b. 2) °C: 22,7(16,8-28,5); 25,3(19,5-31,2); 17,2(9,7-24,8) e 18,1(10,3-25,9). 3) DoDi: 0,042+ 0,009 a; 0,039+0,009 a; 0,039+0,014 a e 0,039+0,014 a. 4) DoDe: 0,058+0,046 a; 0,052+0,020 a; 0,049+0,021 a e 0,054+0,026 a. 5) DT: 0,094+0,049 a; 0,091+0,024 a; 0,087+0,019 a e 0,092+0,032 a, sendo que médias seguidas de letras distintas diferem estatisticamente (p<0,05).Conc1ui-se que: 1) Nas condições de variação de temperatura deste trabalho (17-25 °C), não houve variação significativa na dose de flúor a que foram submetidas as crianças entre as estações do ano. Entretanto, a concentração de flúor na água foi cerca de 20% menor nas estações mais quentes, mascarando o efeito da maior quantidade de líquido ingerido e por conseguinte de flúor. Se na primavera-verão ela tivesse se mantido em tomo de 0,66 ppm F, a dose devido à dieta teria aumentado de 0,04 para 0,05 mg F/Kg/dia o que poderia representar um aumento de 0,2 no índice de fluorose da comunidade; 2) As crianças foram submetidas a uma dose total de flúor pela dieta+dentifrício superior ao limite de 0,05-0,07, em todas as estações. Assim, para maior segurança em termos de fluorose dental são sugeridas alternativas para estudo e posterior avaliação: a) Utilizar por escovação uma quantidade máxima de 0,3 g de dentifrício, mantendo a concentração convencional de 1100 ppm F; b) Reduzir a concentração do dentifrício para 600 ppm de flúor solúvel; c) Reduzir a concentração de flúor da água para 0,3 ppm F. Dentre estas, a utilização de quantidades reduzidas de dentifrício parece ser a mais apropriada em termos de riscolbenefício (AU)

Processo FAPESP: 98/01709-1 - Determinação da dose de risco de fluorose dental a que são submetidas crianças, considerando a concentração ótima de flúor na água de abastecimento
Beneficiário:Ynara Bosco de Oliveira Lima Arsati
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado