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A Revolução Mexicana e as tentativas de legitimzação do poder nos discursos presidenciais de Lazaro Cardenas (1934-1940

Texto completo
Autor(es):
Rafael Pavani de Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
José Alves de Freitas Neto; Maria Helena Rolim Capelato; Iara Lís Schiavinatto
Orientador: José Alves de Freitas Neto
Resumo

O presente texto tem por objetivo apresentar e problematizar as transformações ocorridas no discurso político de Lázaro Cárdenas sobre a Revolução Mexicana, sobretudo no período que vai de 1934 a 1940. Por este caminho, busquei questionar os resultados políticos de tais mutações, principalmente no que se refere às suas possibilidades enquanto legitimadoras do poder presidencial e do novo governo estabelecido, tendo em vista que as situações nas quais se produziram tais alterações foram os sucessivos conflitos enfrentados pelo governo: em 1935-36, a disputa com Plutarco E. Calles, em 1938, a nacionalização do petróleo e, a partir daí, as acaloradas contendas políticas rumo às eleições para renovação do governo federal em 1940, como a rebelião cedillista ainda em 1938. Estes conflitos permitem destacar a importância da reconstituição do passado revolucionário como prática essencial da política cardenista e do próprio discurso como imprescindível na constituição da prática política. Ao considerar que os usos da Revolução constituíram um traço marcante dos discursos do general mexicano, o presente estudo busca o entendimento das propostas políticas, das disputas ideológicas e das relações de poder no período por meio dos conflitos em torno da construção de um simbolismo revolucionário. Pretende-se, com isso, tanto ressaltar a especificidade da história mexicana quanto os limites das políticas de Cárdenas frente às abordagens historiográficas que tendem a homogeneizar os regimes políticos da Ibero-América dos anos 1930 e 1940. Assim, ao refletir sobre as transformações do discurso de Cárdenas, busco também um debate específico com parte da bibliografia do tema, pois, à medida que se destaca a constante necessidade de adaptação da retórica cardenista, negociando com importantes interlocutores, é possível matizar a historiografia revisionista que, em uma leitura teleológica, atribuiu o mesmo poder e autoritarismo do estado mexicano dos anos 1960 ao dos anos 1930. Deste modo, ao propor o cardenismo como um fenômeno a ser pensado dentro dos marcos estabelecidos pela Revolução Mexicana, apresenta-se uma crítica à leitura do populismo cardenista, que produziu a idéia de um presidente simplesmente manipulador com um discurso antitético em relação a uma suposta realidade política, assim como ignorou especificidades do período buscando comparações com diferentes lideranças latino-americanas (AU)

Processo FAPESP: 06/59163-2 - Discursos sobre a revolução mexicana e a legitimação do poder nos comunicados presidenciais de Lázaro Cárdenas (1934-1940)
Beneficiário:Rafael Pavani da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado