Busca avançada
Ano de início
Entree


O ciclo biogeoquímico do nitrogênio em rochas ediacaranas: um estudo nos carbonatos no Grupo Bambuí, Bacia do São Francisco.

Texto completo
Autor(es):
Paula Luiza Fraga Ferreira
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Geociências (IG/BT)
Data de defesa:
Membros da banca:
Marly Babinski; Fabricio de Andrade Caxito; Eva Stueeken
Orientador: Marly Babinski
Resumo

A transição Ediacarano-Cambriano é marcada pela diversificação dos metazoários. No entanto, isso não é observado nas rochas do Grupo Bambuí, no leste do Brasil, que, apesar da sua idade, possuem um pobre e escasso registro fossilífero. As razões que levaram este ambiente a ser impróprio para o florescimento de vidas complexas nesta bacia progressivamente restrita ainda estão sendo investigadas. Assim, para compreender melhor as condições ambientais durante a deposição do Grupo Bambuí, este trabalho traz dados obtidos nas duas primeiras sequências de 2ª ordem. Isótopos estáveis de nitrogênio são a única ferramenta que permite reconstruir ciclos do N em tempos passados. Este elemento é uma parte essencial da vida e seus isótopos são úteis para investigar a estrutura redox de uma coluna de água, já que a estabilidade das espécies de N são condicionadas pela disponibilidade de oxigênio no ambiente. Neste trabalho, é descrita uma excursão \'delta POT.15\'N positiva no primeiro trato de sistema transgressivo da bacia. Neste ponto, o mar que deu origem às rochas do Grupo Bambuí ainda estava conectado ao oceano e essa excursão pode ser interpretada como um evento de aumento da oxigenação do mar, pois o aumento dos valores de \'delta POT.15\'N indica que a etapa dominante do ciclo do N foi da fixação direta do N2 para assimilação do NO3-. Já no início do trato de mar alto, os dados de \'delta POT.15\'N mostram que o reservatório de nitrato que se estabeleceu durante a transgressão persistiu, entretanto, conforme a restrição da bacia progrediu, o nitrato tornou-se escasso e a fixação de N2 passou a ser o mecanismo dominante de aquisição de N pelos microrganismos. Por fim, os dados de \'delta POT.15N\' da segunda sequência de 2ª ordem apontam novamente para a existência de um reservatório de nitrato durante este intervalo, porém não tão grande ou estável quanto o da primeira transgressão. Logo, os dados de \'delta POT.15\'N mostram que durante a deposição das unidades basais do Grupo Bambuí, a fixação de N2 e a assimilação de NO3- alternaram-se como o mecanismo dominante do ciclo de N. É importante ressaltar que a instabilidade do ciclo do nitrogênio, das condições redox e a escassez de nitrato, especialmente durante a deposição do trato de mar alto tardio, podem ter afetado o desenvolvimento de formas de vida complexas. (AU)

Processo FAPESP: 19/13228-6 - Ciclo biogeoquímico do nitrogênio em rochas ediacaranas: um estudo nos carbonatos do Grupo Bambuí, Bacia do São Francisco
Beneficiário:Paula Luiza Fraga Ferreira
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado