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Inflamação e câncer: avaliação das vias CCL2 e TGFβ1 na carcinogênese prostática em ratos velhos submetidos à restrição proteica materna e ao consumo de açúcar até a idade adulta

Texto completo
Autor(es):
Matheus Naia Fioretto
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Botucatu. 2021-04-28.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências. Botucatu
Data de defesa:
Orientador: Luis Antonio Justulin
Resumo

Estudos epidemiológicos e experimentais têm demonstrado maior índice de obesidade, diabetes e doenças cardiovasculares na população adulta de indivíduos cujas mães tiveram condições inadequadas durante a gravidez, como a restrição proteica materna (RPM). Recentemente, estudos experimentais demonstraram que o sistema reprodutivo da prole também é afetado pela RPM. Articulado a isso, o aumento do consumo de "açúcar de adição" no mundo tem sido associado ao aumento global de casos de doenças metabólicas. Englobado a esse contexto, a RPM e o consumo de açúcar podem estar associados a processos inflamatórios prostáticos com o envelhecimento. Portanto, este trabalho teve como objetivo investigar o papel das vias de inflamação em ratos submetidos à RPM e/ou consumo de açúcar, com foco na próstata ventral (PV). Foram utilizados ratos machos da prole Sprague Dawley submetidos ou não à RPM (CEUA 951). Após o desmame, ratos machos nascidos de mães alimentadas com dieta normoproteica (CTR, 17% de proteína) ou dieta hipoproteica (RPGL, 6% de proteína), durante a gestação e lactação, foram divididos em 4 grupos experimentais (n = 6 / grupo): Controle (CTR): Consumiu dieta normoproteica e água padrão atéo dia pós natal (DPN) ; Controle + açúcar (CTR + AÇU): Consumiu dieta normoproteica e solução açucarada (10% diluída em água) até DPN 90; Restrição Proteica Gestacional e Lactacional (RPGL): Recebeu água normal até DPN90; e RPGL + AÇU: Consumiram solução açucarada até DPN 90. No DPN 540 os animais foram anestesiados, pesados e eutanasiados. O sangue foi coletado e utilizado para análises sistêmicas e a PV para análises morfológicas e moleculares. Os resultados demonstram redução do peso corporal no grupo RPGL e RPGL + AÇU, aumento do peso relativo prostático, além de menor quantidade de gordura total. Os parâmetros metabólicos como glicose, triglicerídeos e proteínas totais não apresentaram diferenças significativas, assim como os parâmetros de estresse oxidativo, o que demonstra que as condições adversas não foram suficientes para desencadear processos como obesidade, diabetes e síndrome metabólica. Alterações teciduais na PV foram observadas em todos os grupos experimentais, com ênfase no infiltrado inflamatório e inflamação para os grupos RPGL e RPGL+AÇU. Em relação aos parâmetros inflamatórios, observou-se aumento de mastócitos e macrófagos CD68 na PV de todos os grupos experimentais, quando comparados ao CTR, além da incidência de carcinoma em alguns animais destes grupos. Verificamos alta expressão das moléculas de IL-6 no RPGL e aumento de TGF-b1 nos animais do grupo RPGL + AÇU, sistêmico e intra-prostático. Associado a isso, a SMAD2/3 fosforilada estava diminuída, o que pode demonstrar que essa via de inflamação é exacerbada no grupo que foi submetido às duas condições adversas. Com esses resultados, é possível observar influência da inflamação nos processos deletérios relacionados ao envelhecimento, tanto em animais submetidos à RPM, quanto ao consumo de açúcar, mas com maior ênfase naqueles que apresentavam ambas as condições adversas. Isso demonstra que a RPM e o consumo de açúcar afetam negativamente e diretamente a homeostase prostática na senilidade, com influência de parâmetros inflamatórios, podendo ter relação na biologia do câncer neste tecido. (AU)

Processo FAPESP: 19/10410-8 - Inflamação e câncer: avaliação das vias CCL2 e TGF-beta na carcinogênese prostática em ratos velhos submetidos à restrição proteica materna e ao consumo de açúcar até a idade adulta
Beneficiário:Matheus Naia Fioretto
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado