Alterações na fauna de macroinvertebrados aquáticos em riachos de cabeceira causadas pelas mudanças na cobertura e uso do solo da Floresta Estacional Semidecidual da região centro-leste do estado de São Paulo

Autor(es)

Fernanda Gaudio Augusto

• Tipo de documento: Tese de Doutorado
• Imprenta: Piracicaba.
• Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/STB)
• Data de defesa: 2020-03-19

Membros da banca

Luiz Antonio Martinelli; Ricardo Hideo Taniwaki

• Orientador: Luiz Antonio Martinelli; Marcos Callisto de Faria Pereira

Resumo

Mudanças no uso do solo alteram fontes e fluxos de nutrientes entre os meios aquáticos e terrestres. A restauração de riachos, através da recuperação das florestas ripárias, vem sendo usada com o objetivo de reestabelecer a estrutura e função do ecossistema de acordo com suas características originais. A falta de monitoramento dessas áreas gera uma lacuna sobre a recuperação desses ambientes. Os macroinvertebrados aquáticos são organismos muito utilizados no monitoramento da qualidade de rios, baseando-se na sensibilidade de alguns táxons quanto à alteração do ambiente. Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar as alterações nas assembleias de macroinvertebrados aquáticos em riachos inseridos em microbacias com diferentes usos do solo: agrícolas, canaviais e pastagens, e florestas restauradas, entre 4 anos e 100 anos de restauração. As coletas foram realizadas em agosto de 2017, em 13 riachos. Foram mensurados os parâmetros físico-químicos da água e caracterizadas as áreas de coleta. Os macroinvertebrados foram coletados através do amostrador tipo Surber. Estes foram separados e identificados em morfotipos, quantificados e classificados em grupos tróficos funcionais. Também foram calculadas métricas de composição para a comunidade de macroinvertebrados. A metodologia isotópica foi usada para avaliar a influência das microbacias na dieta dos macroinvertebrados. Assim, foram avaliados os valores de 13C e 15N dos macroinvertebrados e das potenciais fontes de alimento, alóctones ou autóctones. A influência do tempo de restauração na comunidade e na assinatura isotópica dos macroinvertebrados foi avaliada através de análise de regressão. Foram observadas maiores riquezas e índices de diversidade e menor abundância nas áreas de pastagem, quando comparado aos canaviais, e quanto maiores os tempos de restauração. A contribuição das plantas C4 para o MPSG foi, em média, de 60% nas áreas agrícolas e 25% nas áreas florestais. A contribuição das plantas C4 para os macroinvertebrados foi baixa, mesmo em áreas agrícolas, sendo inferior a 15%. As plantas C3 foram as principais componentes nas dietas dos macroinvertebrados de 2 riachos de cana, 3 riachos de pastagens e 3 riachos restaurados. Enquanto que, para 1 riacho de floresta, o principal componente foi o MPSG, e em 2 áreas de cana e 1 floresta, a dieta foi composta principalmente por material autóctone (algas, macrófita ou perifíton). No último riacho restaurado, a dieta foi composta igualmente pelas fontes C3 e MPSG. A recuperação de florestas ripárias é imprescindível para a reabilitação e manutenção dos corpos dágua e de sua biota. Assim, o monitoramento e estudo dessas áreas a fim de um melhor entendimento do processo de restauração e de sua influência nos ambientes aquáticos é de grande importância (AU)

• Processo FAPESP: 16/07266-4 - Alterações na fauna de macroinvertebrados aquáticos em riachos de cabeceira causadas pelas mudanças na cobertura e uso do solo da Floresta Estacional Semidecidual da região centro-leste do Estado de São Paulo
• Beneficiário: Fernanda Gaudio Augusto
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado