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Desigualdade de renda e seus impactos na pegada de carbono das famílias brasileiras

Texto completo
Autor(es):
Luís Gustavo Tudeschini
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Eletrotécnica e Energia (IEE/BT)
Data de defesa:
Membros da banca:
Suani Teixeira Coelho; Virginia Parente de Barros; Claude Adélia Moema Jeanne Cohen; Viviane Roberto da Silva Romeiro Conturbia; Jose Goldemberg; Shonali Pachauri
Orientador: Suani Teixeira Coelho; Joaquim Jose Martins Guilhoto; Narasimha Desirazu Rao
Resumo

A presente tese explora a relação entre dois importantes desafios da sociedade brasileira: desigualdade de renda e mudanças climáticas. Em um país em desenvolvimento como o Brasil, existe grande espaço para aumento e melhoria da distribuição de renda. O desenho de políticas que ataquem esses problemas necessitam considerar as relações entre níveis de renda, comportamento dos consumidores, e emissões de gases do efeito estufa (GEE). Para tanto, dois objetivos foram estabelecidos. O primeiro é analisar a desigual contribuição das famílias em diferentes classes de renda nas emissões de GEE no Brasil. A segunda é compreender os impactos das mudanças na distribuição de renda nas emissões de GEE no Brasil. O desenvolvimento desses objetivos trouxeram duas inovações principais: um método de ajustes de preços que corrige a alocação de emissiões entre as classes de renda, e uma análise detalhada da contribuição dos itens de consumo na pegada de carbono das famílias. Quatro questões derivam desses objetivos: i) como os padrões de consumo em diferentes classes de renda afetam a pegada de carbono das famílias?, ii) qual o impacto da variação de preços entre as classes de renda no cálculo da pegada de carbono das famílias, iii) qual o custo, em termos de emissões de GEE, de melhorar a distribuição de renda no Brasil?, e iv) como a melhoria da distribuição de renda afetaria a importância relativa de alguns bens e serviços na pegada de carbono das famílias? Para responder a primeira pergunta um modelo Insumo Produto Multiregional foi combinado com dados de consumo das famílias provienientes da pesquisa de orçamentos familiares. A segunda pergunta foi abordada com o cálculo da variação de preços de produtos similares em diferentes classes de renda. Para responder as terceira e quarta perguntas, cinco cenários foram criados para estimar o impacto das mudanças da desigualdade de renda no consumo das famílias e na pegada de carbono. Os cenários foram construídos com base nos Shared Socioeconomic Pathways (SSPs) and na identidade de Kaya. Os resultados principais mostram que tirar toda a população da linha da pobreza teria um impacto relativamente pequeno nas emissões de GEE. Porém a ascensão das famílias à classe de renda mais alta induz um acréscimo significativo nas emissões totais dado que as emissões per capita desse grupo (10tCO2e) são quase cinco vezes maiores que a média nacional. Finalmente, as emissões de GEE no cenário mais igualitário seriam apenas 12% maiores que aquelas no cenário mais 9 desigual. Outros estudos apontam que mudanças tecnológicas e de padrões de consumo possuem o potencial de mitigar esse incremento nas emissões. Portanto, dado os benefícios econômicos e sociais da melhoria da distribuição de renda esse potencial incremento nas emissões seria um preço justo a se pagar. (AU)

Processo FAPESP: 14/03319-0 - Evolução dos padrões de consumo, convergência econômica e pegada de carbono do desenvolvimento: uma comparação Brasil - França (ECOPA)
Beneficiário:Luis Gustavo Tudeschini
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto