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Efeito de adoçante contendo Stevia no desenvolvimento da cárie dentária em esmalte e dentina sob um modelo de biofilme de microcosmo

Texto completo
Autor(es):
Caren Augustinho do Nascimento
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Bauru.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/SDB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Ana Carolina Magalhães; Maximiliano Sérgio Cenci; Marlise Inêz Klein Furlan; Thiago Cruvinel da Silva
Orientador: Ana Carolina Magalhães
Resumo

Este estudo comparou o efeito de um adoçante comercial e puro contendo Stevia ao do aspartame (comercial e puro), sacarose (açúcar comum), xilitol (adoçante natural conhecido por ser anti-cariogênico) no desenvolvimento de cárie dentária em um modelo de biofilme microcosmo formado sobre o esmalte e a dentina. Para isso, foram preparadas 228 amostras de esmalte bovino e 228 amostras de dentina radicular bovina (4 mm x 4 mm). Em placas de 24 poços, cada amostra de esmalte ou dentina foi exposta a 1,5 mL de inóculo (saliva-glicerol humana + saliva de McBain, 1:50), por 8 h. Após as 8 h iniciais, o inóculo foi retirado, as amostras foram lavadas com PBS (5 s), receberam 1,5 mL de meio fresco (saliva artificial McBain) por 16 h, completando as 24 h iniciais. Do 2º ao 5º dia de cultivo do biofilme, as amostras foram expostas diariamente à saliva de McBain suplementada com 0,2% dos respectivos adoçantes/açúcar: Stevia, aspartame (ambos na forma pura ou comercial, marca Finn), xilitol, sacarose e saliva (McBain) controle sem suplementação (n=3/placa, quadriplicada biológica). O cultivo foi realizado a 5% CO2 e 37ºC. A produção de ácido lático (g/L) e as unidades formadoras de colônia (UFC) para microrganismos totais, lactobacilos totais, estreptococos totais e Streptococcus mutans/ S. sobrinus (log10 UFC/mL) foram quantificadas no biofilme. O grau de desmineralização dentária foi analisado por meio da microrradiografia transversal-TMR. Os dados foram comparados estatisticamente (Kruskal-Wallis/Dunn, p<0,05). Na análise do lactato, os adoçantes stevia pura, aspartame puro, xilitol e controle não diferiram entre si, reduzindo em 92% a produção deste ácido. Os grupos stevia finn, aspartame finn e sacarose apresentaram maior produção de ácido lático, sendo similares entre si (0,47 ± 0,14, 0,43 ± 0,10, 0,44 ± 0,13 g/L para o esmalte; 0,69 ± 0,19, 0,65 ± 0,11, 0,67 ± 0,24 g/L para a dentina, respectivamente, p<0,0001). Em relação à contagem de UFCs para lactobacilos totais e S. mutans/ S. sobrinus, os grupos xilitol e controle não apresentaram crescimento de colônias sobre o esmalte. As espécies cresceram sob exposição a stevia finn, aspartame finn e sacarose no esmalte e dentina (5,69 ± 0,44, 5,69 ± 0,82, 5,75 ± 0,60 log10 UFC lactobacilos totais /mL de; 7,57 ± 0,37, 7,61 ± 0,64, 7,49 ± 0,41 log10 UFC S. mutans/mL para esmalte; 0,00 ± 3,98, 5,30 ± 5,30, 5,30 ± 0,15 log10 UFC lactobacilos totais/mL; 7,83 ± 0,36, 7,87 ± 0,18; 7,78 ± 0,31 log10 UFC S. mutans /mL para a dentina, respectivamente). A desmineralização do esmalte e da dentina foi significativamente reduzida para os grupos xilitol, controle, stevia pura e aspartame puro (aproximadamente 85% e 83% de redução, respectivamente) em comparação com stevia finn, aspartame finn e sacarose que, por sua vez, não diferiram entre si (Z: 3084,7 ± 834,3, 3174,7 ± 603,1, 2913,7 ± 646,7 vol%.m para o esmalte e 3945,7 ± 689,7, 3626,8 ± 617,3, 3543,3 ± 432,5 vol%.m para a dentina, respectivamente). Em conclusão, adoçantes comerciais à base de stevia e aspartame (marca Finn) mostraram-se tão cariogênicos quanto à sacarose neste modelo experimental, o que se deve aos outros componentes destes adoçantes, uma vez que as formas puras não foram cariogênicas. (AU)

Processo FAPESP: 19/02018-0 - Efeito do adoçante Stevia sobre o desenvolvimento da cárie dentária em esmalte e dentina sob um modelo de biofilme microcosmo
Beneficiário:Caren Augustinho do Nascimento
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado