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Registro angiospérmico eocretáceo do membro crato, Formação Santana, Bacia do Araripe, NE o Brasil: interpretações paleoambientais, paleoclimáticas e paleofitogeográficas

Texto completo
Autor(es):
Fabiola Fabricio Braz
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Geociências (IG/BT)
Data de defesa:
Membros da banca:
Mary Elizabeth Cerruti Bernardes de Oliveira; Tânia Lindner Dutra; Roberto Iannuzzi
Orientador: Mary Elizabeth Cerruti Bernardes de Oliveira
Resumo

Este trabalho tem por escopo examinar fitofósseis angiospérmicos encontrados nos calcários laminados neoaptianos (Andar Alagoas) do Membro Crato, Formação Santana, bacia do Araripe, Nordeste do Brasil. Esta formação conhecida, mundialmente, pelo seu rico e diversificado conteúdo fossilífero e sua, no geral, excelente preservação, em alguns casos até mesmo com estruturas tridimensionais preservadas, é considerada um Fossil Lagerstãtten que, do ponto de vista paleobotânico, documenta um momento especial da evolução angiospérmica (primeira diversificação do grupo), em uma situação paleogeográfica também especial (zona paleoequatorial árida). O material fitofossilífero que possibilitou a referida pesquisa pertence a acervos de diferentes museus paleontológicos e instituições científicas : Distrito do Crato , do Departamento Nacional da Produção Mineral; Museu Paleontológico de Santana do Cariri, da Universidade Regional do Cariri (CE), bem como do Instituto de Geociências e do Museu Nacional, ambos da Universidade Federal do Rio de Janeiro; além daquele material pertencente à própria Coleção Murilo Rodolfo de Lima do IGc-USP. A coleção estudada consiste de 17 espécimes, na forma de folhas isoladas ou conectadas, pertencentes a prováveis angiospermas basais do grupo ANITA (Ninfeales, Austrobayales), Chloranthales e Magnoliales. Alguns espécimes inicialmente incluídos como angiospermas são descritos como pertencentes a Divisão Pteridophyta, devido a presença de estruturas morfoanatômicas desse grupo . A análise desse material do ponto de vista tafonômico, taxonômico, morfográfico e do registro das interações de seus indivíduos com outros organismos, possibilitou interessantes conclusões. Em alguns espécimes, a interação das plantas com outros organismos foi detectada e classificada como marcas de alimentação, sucção, oviposição, galhas, etc . Tentativas de correlação dessas estruturas com seus possíveis agentes são levantadas considerando a paleoentomofauna do Crato e as interações entre insetos e plantas viventes, demonstrando a coevolução destes organismos. Evid ências fornecidas anteriormente pela sedimentologia, bem como , pela associação fitofossilífera e pela interação inseto-planta, permitiram inferir um paleoambiente de vida continental, com comunidades alóctones, para-alóctones e autóctones, preservadas num ambiente de deposição lacustre. A paleoflora do Crato é composta, principalmente, por espécimes com características xerofíticas e xeromórficas, sugerindo um clima quente e semi-árido para a região, naquela época. Essas evidências paleoclimáticas, fornecidas pelos macrofitofósseis, são corroboradas por estudos prévios sobre a afinidade botânica de seus componentes paleopalinológicos. (AU)

Processo FAPESP: 08/02242-3 - Estudo do registro angiospérmico eocretáceo da Formação Crato, bacia do Araripe, NE do Brasil: suas interpretações paleoambientais, paleoclimáticas e paleofitogeográficas
Beneficiário:Fabiola Fabrício Braz
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado