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Avaliação dos efeitos biológicos da interação microplástico, triclosan e 17α etinil-estradiol em espécies estuarinas tropicais: Uma abordagem ecotoxicológica.

Texto completo
Autor(es):
Caio Rodrigues Nobre
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Vicente. 2022-05-17.
Instituição: Universidade Estadual Paulista (Unesp). Instituto de Biociências. São Vicente
Data de defesa:
Orientador: Camilo Dias Seabra Pereira; Paloma Kachel Gusso Choueri
Resumo

Os efluentes domésticos são uma mistura complexa de diferentes substâncias, incluindo microplásticos e fármacos e produtos para cuidados pessoais (FPCPs). Microplásticos apresentam afinidade com substâncias hidrofóbicas tais como o hormônio sintético 17α etinil-estradiol o bactericida triclosan, e podem interagir em ambientes aquáticos atuando como vetores de dispersão dessas substâncias, com potenciais efeitos a biota. Nesse contexto, o presente estudo tem como objetivo avaliar efeitos tóxicos de microplásticos contaminados com FPCPs através de uma abordagem ecotoxicológica empregando organismos estuarinos. Os organismos ostra do mangue (Crassostrea brasiliana), caranguejo-uçá (Ucides cordatus) e robalo (Centropomus undecimalis) foram expostos a tratamentos: controle (C); microplásticos sem contaminação (MP); e microplástico contaminado com 17α etinil-estradiol (MPE); microplástico contaminado com triclosan (MPT). Os organismos foram expostos por 3 e 7 dias. Para as ostras e os caranguejos, a posteriori à exposição, 10 organismos/ tratamento/ tempo tiveram sua saúde celular avaliada mediante ao ensaio de estabilidade da membrana lisossômica na hemolinfa. Após o encerramento dos ensaios também foram separados tecidos de 7 organismos para as análises de biomarcadores bioquímicos (EROD, DBF, GST, GPx, GSH, LPO, danos em DNA e ChE) nas ostras (brânquias, glândulas digestivas e músculos adutores), caranguejos (brânquias, hepatopâncreas e músculos) e GST, GPx, GSH, LPO, danos em DNA e ChE em peixes (brânquias, fígado, intestino, músculo e cérebro). Os 3 organismos restantes de cada espécie foram separados para determinações analíticas nos níveis de 17α etinil-estradiol e triclosan. Ambas as substâncias avaliadas EE2 e TCS tiveram sua presença detectada na água e nos organismos expostos. Ao serem inseridas no meio experimental as partículas de polietileno sem contaminação e contaminadas com EE2 e TCS foram capazes de promover efeitos bioquímicos nas enzimas de fase I, fase II, sistema anti-oxidante, levar ao estresse oxidativo e desencadear danos em DNA e efeitos neurotóxicos e citotóxicos nas três espécies modelos C. brasiliana, U. cordatus e C. undecimalis nos diferentes tecidos avaliados. Ao compararmos os efeitos das substâncias adsorvidas pelos MPs, o TCS mesmo em menor concentração se mostrou mais tóxico que o EE2 para as espécies modelos. Quando os organismos foram comparados entre si o fator espécie se mostrou o mais relevante para ocorrência de efeitos dos MPs de uma maneira geral. A partir dos dados obtidos é possível inferir que os microplásticos de polietino associados aos FPCPs 17α etinil-estradiol e triclosan conferem risco aos ecossistemas estuarinos tropicais e as espécies Crassostrea brasiliana, Ucides cordatus e Centropomus undecimalis podendo gerar perturbações ecológicas à cadeia alimentar estuarina. (AU)

Processo FAPESP: 17/12193-9 - Avaliação do risco ambiental da interação de microplástico, fármaco e antimicrobiano: uma abordagem ecotoxicológica
Beneficiário:Caio Rodrigues Nobre
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado