Busca avançada
Ano de início
Entree


Avaliação da relação entre marcadores inflamatórios e padrão de atrofia hipocampal e extra-hipocampal em pacientes com epilepsias de lobo temporal

Texto completo
Autor(es):
Marina Koutsodontis Machado Alvim
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernando Cendes; André Luis Fernandes Palmini; Marino Muxfeldt Bianchin; Luiz Eduardo Betting; Marcio Luiz Figueredo Balthazar
Orientador: Fernando Cendes; Ana Carolina Coan
Resumo

Introdução: A epilepsia atinge 1 a 2 % da população mundial, sendo a epilepsia de lobo temporal associada a esclerose hipocampal (ELT-EH) a forma mais frequente em adultos. Estudos de imagem já determinaram que a ELT-EH apresenta redução volumétrica cerebral difusa, não sendo restrita à região do hipocampo. Há evidências de que a inflamação tem um importante papel na neuroexcitabilidade e que alterações na regulação inflamatória podem gerar degeneração neuronal e induzir crises convulsivas Objetivos: Definir a associação de marcadores inflamatórios séricos e epilepsias, além de características clínicas, de EEG e padrões de alteração de neuroimagem em pacientes com ELT. Materias e Métodos: Foram incluídos no estudo 490 pacientes com diagnóstico clínico e eletroencefalográfico de epilepsia e um grupo de 166 controles sem doenças neurológicas. Os pacientes foram divididos entre os com ELT (246) e pacientes com outras epilepsias. Os indivíduos foram submetidos a coleta de sangue para a avaliação dos marcadores inflamatórios e 86 desses realizaram ressonância magnética (RM) de crânio. O volume de estruturas subcorticais e espessura de regiões corticais foram analisadas pelo programa FreeSurfer. Os marcadores inflamatórios (IL-1, IL-2, IL-4, IL-6, IL-10, IL-17, TNF? e seus receptores sTNFr1 e sTNFr2, BDNF, CTNF, IFN?, NGF, GDNF) foram analisados de maneira cega aos dados clínicos pelas técnicas Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA) e Cytometric Bead Array (CBA). Resultados: Os fatores inflamatórios não estão correlacionados com a idade e gênero dos indivíduos e nem com o tempo de doença dos pacientes (r>0,3; p>0,05). Os níveis séricos de BDNF, NGF, sTNFr2 e a NT3 foram elevados enquanto que os níveis de TNF, sTNFr1, IFN? e das interleucinas foram reduzidos quando avaliamos os pacientes, em geral ou os grupos ELT e outras epilepsias em relação aos controles. Mesmo padrão foi observado quando avaliados apenas os pacientes com malformação do desenvolvimento cortical, exceto o sTNR1 e IL10 que não foram significativos nessa última análise. O CNTF, NT4/5 e GDNF não foram diferentes entre pacientes e controles. O sTNFr2 se demonstrou um bom marcador para diferenciar pacientes e controles (curva ROC com AUC de 0,858). Analisando apenas os pacientes com ELT, O GDNF foi maior nos pacientes com pouca atividade epileptiforme ao EEG. O IL2 e o IL4 foram elevados nos pacientes com maior frequência de crises. Em relação à imagem, o TNF? sérico apresentou correlação inversa ao volume do tálamo ipsilateral. Discussão: Nosso estudo é um dos primeiros a avaliar uma extensa coorte de pacientes e realizar uma avaliação exploratória sobre a relação de marcadores inflamatórios, dados clínicos e de neuroimagem. Os marcadores inflamatórios apresentam diferentes papéis no sistema nervoso central e sua medição sérica nos ajuda a compreender melhor o papel desses nas epilepsias. Conclusão: Os marcadores inflamatórios estão claramente envolvidos na epilepsia e na perda neuronal, porém são necessários estudos específicos para compreender se estes são epifenômenos ou consequências das crises (AU)

Processo FAPESP: 15/17066-0 - Avaliação da relação entre marcadores inflamatórios e padrão de atrofia hipocampal e extra-hipocampal em pacientes com epilepsia de lobo temporal
Beneficiário:Marina Koutsodontis Machado Alvim
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado Direto