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Identificação de mutações associadas às Displasias Corticais Focais utilizando abordagens genômicas

Texto completo
Autor(es):
Vanessa Simão de Almeida
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Íscia Teresinha Lopes Cendes; Cláudia Vianna Maurer Morelli; Clarissa Lin Yasuda; Roger Walz; Marino Muxfeldt Bianchin
Orientador: Fábio Rossi Torres; Íscia Teresinha Lopes Cendes
Resumo

As epilepsias constituem um dos grupos de doenças neurológicas graves que afetam de 1,5 - 2% da população mundial. Diversos tipos de malformações do desenvolvimento cortical (MDC) estão frequentemente associados à ocorrência de crises refratárias, incluindo a Displasia Cortical Focal (DCF) que se caracteriza por alterações citoarquiteturais também observadas em outras MDC, como a Esclerose Tuberosa (ET) e a Hemimegaencefalia (HME). Uma forte associação entre ET, HME e mutações em mosaicismo tem sido demonstrada, e a identificação desse tipo de mutação pode contribuir para o entendimento dessas doenças. Portanto, o principal objetivo deste trabalho foi investigar variantes genéticas relacionadas à etiologia das DCF. Para tal, foi utilizado como estratégia o Deep Sequencing por NGS. Sequenciamos o DNA genômico de tecido cerebral proveniente de ressecção cirúrgica e do sangue periférico de pacientes com DCF. Realizamos o sequenciamento de um painel customizado de genes da via mTOR/GATOR e validamos com a técnica de PCR digital. Encontramos duas variantes em mosaico no tecido cerebral, localizadas no gene MTOR (p.Leu1460Pro e p.Ala1459Pro) em dois pacientes distintos e não aparentados com DCF do tipo IIb, correspondendo a 16,6% dos pacientes testados (2/12). A porcentagem de mosaicismo no tecido cerebral foi de 0,75% e 3,98% respectivamente nos dois pacientes. Além disso, para compararmos o perfil genético da DCF com outra MDC, realizamos o sequenciamento do mesmo painel customizado em DNA extraído do sangue de 24 pacientes com o diagnóstico clínico de ET, e encontramos mutações germinativas nos genes TSC1 e TSC2 em 54,5% dos pacientes analisados (12/22), e uma variante potencialmente patogênica no gene IRS1 em um único paciente. Completamos nosso estudo dos pacientes com DCF pesquisado também alterações cromossômicas estruturais (CNVs), utilizamos array cromossômico de citogenética molecular e validamos por qPCR. Encontramos com potencial patogênico uma CNV com deleção envolvendo o gene NOTCH2 no mesmo paciente que encontramos mutação em mosaico no gene MTOR, podendo se tratar de um caso de segundo-evento mutacional. Desse modo concluímos que 16.6% dos pacientes com DCF apresenta mutações em mosaico no tecido cerebral em genes da via mTOR/GATOR. Assim especulamos que se mutações em mosaico são realmente uma causa frequente de DCF é possível que exista o acometimento de outras vias, além da via mTOR/GATOR investigada nesse trabalho. Encontramos mutações germinativas predominantemente nos genes TSC1 e TSC2 na maioria dos pacientes com ET, o que indicaria uma etiologia genética nesses pacientes fundamentalmente diferente daquela encontrada nos pacientes com DCF. Ao encontramos alterações estruturais cromossômicas em um paciente com DCF, mostramos a importância da investigação desse tipo de mutação nesses pacientes. Desse modo, concluímos que nosso trabalho contribuiu para um melhor entendimento da etiologia genética das DCFs (AU)

Processo FAPESP: 15/19768-1 - Identificação de mutações associadas às displasias corticais focais utilizando abordagens genômicas
Beneficiário:Vanessa Simão de Almeida
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado