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Caracterização da atividade das células dendríticas plasmocitóides e assinatura do interferon tipo I na síndrome antifosfolípide trombótica

Texto completo
Autor(es):
Ana Paula Rosa dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Fernanda Loureiro de Andrade Orsi; Eder de Carvalho Pincinato; Suely Meireles Rezende
Orientador: Fernanda Loureiro de Andrade Orsi; Bruna de Moraes Mazetto Fonseca
Resumo

O risco trombótico na síndrome antifosfolípide (SAF) é conferido pela associação dos anticorpos antifosfolípides (aPL) com estímulo pró-coagulante adicional, como a inflamação. Dentre as respostas inflamatórias, a produção de grandes quantidades de interferon (IFN)-1 pelas células dendríticas plasmocitóides (pDCs) faz parte da fisiopatologia dos distúrbios autoimunes sistêmicos, o que levanta a hipótese de que esse mecanismo também possa estar associado às manifestações vasculares da SAF. Este projeto teve como objetivo avaliar a associação entre pDCs e produção de IFN-1 com SAF trombótica. Foram incluídos pacientes com SAF trombótica (SAF-t) primária e secundária, portadores de aPL assintomáticos e indivíduos sem trombose (controles). A contagem de pDCs em sangue periférico e a expressão intracelular de IFN-? (na presença ou não de estímulo com oligodesoxinucleotídeos [CPG]) foram quantificadas por citometria de fluxo. A expressão de cinco genes indutores de IFN-I: ISG15, OASL, Ly6E, MX1 e OAS1 em células mononucleares foi determinada por qPCR. As diferenças entre os grupos foram avaliadas por testes qui-quadrado ou Kruskal-Wallis. Um total de 50 pacientes com SAF-t secundária, 50 pacientes com SAF-t primária, 20 portadores assintomáticos de aPL e 50 indivíduos sem trombose foram incluídos. A expressão intracelular de IFN-? foi aumentada após estimulação com CPG na SAF-t secundária (1,56%; IQR 1,07-2,02) e SAF-t primária (0,96%; IQR 0,55-1,24), quando comparados aos portadores de aPL (0,71%; IQR 0,42-0,93) e controles (0,48%; IQR 0,24-0,78; P <0,0001). As expressões de mRNA de ISG15, OASL, Ly6E, MX1 e OAS1 foram maiores na SAF-t secundária, mas não na primária, em relação aos portadores de aPL e controles. A expressão de proteínas e mRNA relacionadas à resposta do IFN-1 foi semelhante entre pacientes com perfil triplo positivo para aPL e os demais perfis de aPL. Nossos resultados apontam para uma associação entre a resposta do IFN-1 e a SAF-t. Como a expressão de IFN-1 não foi aumentada em portadores de aPL, nem associada aos perfis de aPL de maior risco (como tripla positividade), tal mecanismo parece não estar relacionado à presença de aPL isoladamente. Tendo em vista que a ocorrência de trombose na SAF depende de fatores de risco que se somam a ação patológica dos anticorpos, os resultados deste estudo sugerem que a atividade do sistema imune inato, através da ação das pDCs e da via do IFN-1, pode ser um fator patológico adicional para o aparecimento de manifestações clínicas, como a trombose, da SAF (AU)

Processo FAPESP: 19/20891-3 - Caracterização da atividade das células dendríticas plasmocitóides e da assinatura do interferon tipo 1 na síndrome antifosfolípide primária com trombose
Beneficiário:Ana Paula Rosa dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado