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Caracterização e avaliação da atividade de células endoteliais formadoras de colônia (CEFCs) em pacientes com trombose venosa profunda aguda

Texto completo
Autor(es):
Letícia Queiroz da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Joyce Maria Annichino Bizzacchi; Bruno Kosa Lino Duarte; Erich Vinicius De Paula; Luciana Pereira Ruas; Carolina Caliari Oliveira
Orientador: Joyce Maria Annichino Bizzacchi
Resumo

A Trombose Venosa Profunda (TVP) é definida como um processo patológico resultante da alteração da parede do vaso, do fluxo sanguíneo, e/ou da composição sanguínea, o que leva à formação de um trombo dentro do vaso. Apesar do conhecimento atual, ainda há muito a se avançar no conhecimento dos fatores de risco associados à TVP. O endotélio vascular ao responder ativamente a estímulos fisiopatológicos, pode alterar seu padrão antitrombótico, e com a perda de sua integridade, liberar células endoteliais circulantes (CECs), que vêm sendo consideradas como possíveis marcadores para diversas doenças. Além disso, as células endoteliais formadoras de colônia (CEFCs) são um subtipo de células endoteliais progenitoras com notável potencial clonogênico e capacidade de vascularização in vivo, e devido a essas características de natureza endotelial, vem ganhando destaque a sua utilização como modelo ex vivo na investigação de doenças. Contudo, apesar do endotélio possuir um papel-chave na hemostasia, nenhum estudo avaliou as CEFCs na TVP aguda. Além disso, a impossibilidade de uma análise direta do endotélio, dificulta a compreensão do seu real papel na doença. Sendo assim, o objetivo principal deste trabalho foi caracterizar e avaliar a função celular das CEFCs de pacientes com TVP aguda em comparação à indivíduos saudáveis (CN). Os pacientes foram selecionados após a confirmação do diagnóstico de TVP de membros inferiores no período de julho de 2019 a setembro de 2021. A casuística foi constituída de 25 pacientes com TVP aguda (idade média 45 ± 13 anos), sendo que 20 retornaram para a segunda coleta (TVP >6 meses) e 38 CN (idade média 36 ±10 anos). Segregamos as avaliações em 2 grupos: (1) avaliação descritiva e laboratorial de pacientes com TVP aguda, TVP >6 meses e controles normais (CN) e (2) avaliação da função endotelial e parâmetros biológicos, com caracterização das células por imunofenotipagem e porcentagem de células senescentes, proliferação, apoptose, migração celular e capacidade de geração de trombina (TGT), comparadas ao CN. Também realizamos uma subanálise para a identificação de marcadores biológicos envolvidos no sucesso da obtenção de CEFCs previamente isoladas a partir do sangue periférico e expandidas em cultura. Como resultados, no grupo 1 demonstramos um aumento plasmático nas interleucinas (IL) pró-inflamatórias IL-6, IL-8, do fator de crescimento derivado plaquetário (PDGF-AA/AB) e da molécula de adesão P-selectina, e uma maior frequência de CECs nos pacientes com TVP aguda em relação aos CNs. Observamos que na TVP >6 meses a IL-6, IL-8, P-selectina e CECs estavam diminuídos em comparação à TVP aguda, porém observamos um aumento da Molécula de adesão intercelular solúvel 1 (sICAM-1) e Molécula de adesão vascular solúvel 1 (sVCAM-1). Quanto ao grupo 2, o sucesso na obtenção das CEFCs foi de 37% no grupo CN, 20% na TVP aguda e 25% na TVP >6 meses. Os testes de função celular das CEFCs em pacientes com TVP aguda vs. CN revelou células com menor capacidade proliferativa e de migração, e mais células em apoptose. Já o TGT demonstrou células com propriedades similares entre os grupos. As análises do sobrenadante celular evidenciaram o aumento da expressão de IL-6 nas CEFCs de pacientes com TVP aguda. Ainda não temos a finalização desses testes na TVP >6 meses para comparação da TVP em dois momentos distintos. Por fim, alguns fatores parecem estar envolvidos no surgimento e manutenção do cultivo celular, como o aumento de sICAM-1 e sVCAM-1 tanto no plasma como no sobrenadante das células que foram isoladas. Como conclusão, definimos que é possível estabelecer o isolamento das CEFCs em pacientes com TVP aguda, no entanto com baixas taxas de sucesso, e isso pode ser atrelado aos achados deste trabalho em relação a alteração das propriedades funcionais, principalmente na capacidade replicativa e de reparo celular. No mais, acreditamos que as células também podem ser afetadas com o ambiente extracelular na fase aguda frente à estímulos pró-inflamatórios (AU)

Processo FAPESP: 18/15618-3 - Avaliação da atividade de Células Endoteliais Formadoras de Colônia (CEFCs) circulantes em pacientes com Trombose Venosa espontânea e provocada
Beneficiário:Letícia Queiroz da Silva Justo
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado