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Avaliação da associação de biomoléculas oxidadas e microRNAs com a trombose relacionada à síndrome antifosfolípide primária

Texto completo
Autor(es):
Camila de Oliveira Vaz
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Faculdade de Ciências Médicas
Data de defesa:
Membros da banca:
Patricia Moriel; Erich Vinicius De Paula; Daniel Dias Ribeiro
Orientador: Fernanda Loureiro de Andrade Orsi; Patricia Moriel
Resumo

Introdução: A síndrome antifosfolípide (SAF) é uma doença autoimune caracterizada por eventos tromboembólicos (arteriais ou venosos) ou complicações obstétricas associados a persistência de anticorpos antifosfolípides (aPLs). Os mecanismos patológicos da SAF não estão completamente elucidados e acredita-se que os aPLs são necessários para causar o estado de hipercoagulabilidade, porém insuficientes para provocar os eventos trombóticos. Fatores adicionais exercem papel fundamental para a ocorrência da trombose relacionada a SAF, entretanto esses fatores ainda não são completamente conhecidos. Neste contexto, mecanismos como o estresse oxidativo e alterações epigenéticas poderiam estar associados a ocorrência de trombose na SAF. O estresse oxidativo ocorre devido ao desbalanço entre a produção e eliminação de espécies reativas de oxigênio, o que gera um ambiente pró inflamatório potencialmente agravante do estado de hipercoagulabilidade. Por sua vez, as alterações epigenéticas abrangem mecanismos de regulação gênica pela ação de microRNAs (miRNAs), que consistem em moléculas pequenas de RNA de cadeia simples, não codificante capazes de desempenhar um importante papel na regulação pós-transcricional da expressão gênica, ao ligarem-se diretamente aos RNAs mensageiros (mRNAs). Assinaturas de miRNAs já foram identificadas em doenças inflamatórios e aterotrombóticas. Objetivos: Os objetivos principais desse estudo foram avaliar a associação entre as concentrações plasmáticas de marcadores de dano oxidativo com a trombose relacionada a SAF e identificar uma possível a assinatura de miRNAs nos portadores da doença. Metodologia: Trata-se de um estudo caso-controle do tipo observacional, no qual foram incluídos 70 pacientes portadores de SAF primária trombótica, pareados por frequência de sexo, idade e raça com 74 controles sem antecedentes de trombose. Para a avaliação do estresse oxidativo, foram quantificados por kits comerciais da marca CAYMAN CHEMICAL® os níveis de malondialdeído, 8-isoprostano, proteínas carboniladas e a capacidade antioxidante total de amostras de plasma de ambos os grupos. Já a identificação da assinatura diferencial de miRNAs circulantes foi feita pela técnica de MicroArray, utilizando amostras de 21 pacientes e 21 controles. As análises estatísticas foram realizadas nos softwares de estatística R (R Core Team, 2017) e SPSS Statistics for Windows, Version 20.0 (IBM Corp. Released 2011. IBM Armonk, NY: IBM Corp), sendo que o valor de significância adotado foi de 0,05 para a análise de marcadores de dano oxidativo e miRNAs como biomarcadores e de 0,001 para a análise diferencial de miRNAs. Resultados: A maioria dos pacientes com SAF era do sexo feminino, com idade média de 41 anos e havia apresentado tromboses venosas de forma espontânea. A triplo positividade aPLs e as tromboses arteriais foram observadas respectivamente em 24,3% e 34,3% do total de pacientes. As concentrações plasmáticas de marcadores de dano oxidativo dos pacientes com SAF primária trombótica foi semelhante à dos controles, não permitindo a associação destes marcadores com a trombose relacionada a SAF. Em relação a alterações epigenéticas, foram identificados 24 miRNAs diferencialmente expressos nos portadores da SAF, que possuem como alvos validados vários genes envolvidos em vias relacionadas a indução e manutenção do estado pró-trombótico e inflamatório. Identificamos também uma assinatura de 5 miRNAs (hsa-miR-149-3p, hsa-miR-1273g-3p, hsa-miR-4687-3p, hsa-miR-4497e hsa-miR-4516) que, em conjunto, possuem capacidade de discriminar portadores da SAF trombótica em relação aos controles (AU)

Processo FAPESP: 17/19251-4 - MicroRNAs e biomoléculas oxidadas como possíveis biomarcadores da síndrome antifosfolípide primária
Beneficiário:Camila de Oliveira Vaz
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado