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Estudos sistemáticos do subgênero Microculex de Culex (Diptera: Culicidae) ocorrentes no Brasil

Texto completo
Autor(es):
Rafael de Oliveira Christe
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Faculdade de Medicina (FM/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Mauro Toledo Marrelli; Juliana Telles de Deus; Karin Kirchgatter; Maria Anice Mureb Sallum
Orientador: Mauro Toledo Marrelli
Resumo

Os mosquitos do subgênero Microculex de Culex (Diptera: Culicidae) pertencem a um grupo composto de espécies associadas quase que exclusivamente a bromélias como seus criadouros principais. Nas últimas décadas é notável a presença e aumento desordenado da ocupação humana em áreas silvestres e de proteção ambiental. Conforme esse processo de invasão avança, o ser humano entra em contato com organismos que antes permaneciam restritos ao ambiente selvagem. Apesar de nenhuma espécie deste subgênero ser incriminada como vetora de agentes etiológicos para humanos, seu papel na manutenção de ciclos enzoóticos é completamente desconhecido e estudos que tratam de sua taxonomia e de seus aspectos ecológicos carecem de informações. Baseado nessas premissas, o intuito deste trabalho foi verificar a validade da técnica da morfometria geométrica alar na identificação de espécies Microculex; avaliar a existência de padrão de dispersão dos mosquitos deste subgênero em gradientes de cobertura vegetal e propor nova chave dicotômica de genitálias masculinas. A morfometria geométrica alar mostrou-se eficaz na distinção das espécies Culex (Microculex) imitator; Cx. (Mcx.) worontzowi; Cx. (Mcx.) pleuristriatus; Cx. (Mcx.) albipes e Cx. (Mcx.) lanei. Os resultados são baseados no uso de 18 marcos anatômicos das asas por meio do software MorphoJ 1.02, onde a Análise de Variável Canônica (CVA) e o teste de reclassificação se mostraram indicados para determinar o padrão do formato alar de cada espécie. A variação nas Distâncias de Mahalanobis foi de 4.404 6.3171, com significância estatística (p<0,001). O tamanho do Centróide foi mensurado através e regressão multivariada (10.000 randomizações) tendo significância estatística (p<0,0001). O padrão de dispersão Microculex em gradientes de cobertura vegetal foi avaliado por meio do Índice de Sorensen. A média de abundância larvária e a densidade larvária foram utilizadas como variáveis resposta. Modelos de Efeito-Misto foram utilizados a partir das pseudo-réplicas amostrais. Os valores de cobertura vegetal dos pontos de coleta (60%, 70% e 90%) foram adotados como efeitos fixos. Os resultados apontam Cx. (Mcx.) imitator foi a espécie mais abundante, enquanto as espécies pertencentes à Serie Pleuristriatus é a melhor adaptada à criadouros artificiais, havendo, provavelmente existência de processo evolutivo-adaptativo nestas espécies. O 9 estudo morfológico das genitálias masculinas demonstrou avanço na pesquisa taxonômica deste subgênero, conseguindo expor a importância da correta dissecação e observação de estruturas morfológicas antes pouco exploradas, tais como esclerito do edeago (AeS) e placa lateral (PL). Através de ilustrações técnicas foi possível redescrever a genitálias de 22 espécies e organizar nova chave dicotômica ilustrada. Devido ao grau de variação encontrado, é proposta a existência de um complexo de espécies em Cx. (Mcx.) neglectus, perfazendo o Complexo Neglectus. A distinção entre as espécies Cx. pleuristriatus e Cx. albipes foi sugerida. O encontro de espécies que não correspondem às descrições e orientações das chaves existentes pressupõem a existência de espécies desconhecidas (AU)

Processo FAPESP: 17/02342-7 - Estudos Sistemáticos do Subgênero Microculex de Culex (Diptera: Culicidae) ocorrentes no Brasil
Beneficiário:Rafael de Oliveira Christe
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado