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Espectroscopia de raios X revelando os efeitos do glifosato sobre a absorção foliar de manganês pela soja (Glycine max L.)

Texto completo
Autor(es):
Bianca de Almeida Machado
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Piracicaba.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA/STB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Hudson Wallace Pereira de Carvalho; Elton Eduardo Novais Alves
Orientador: Hudson Wallace Pereira de Carvalho
Resumo

A aplicação de misturas de tanque com manganês (Mn) e glifosato permite a nutrição de lavouras de soja resistentes ao glifosato, ao mesmo tempo em controla plantas daninhas. No entanto, reações de complexação podem ocorrer entre estas espécies, o que tem potencial para diminuir significativamente a eficiência desta operação. Desta forma, este estudo investigou as interações químicas e a eficiência de absorção do Mn pela soja quando fornecido via MnSO4, MnCO3, Mn-etilenodiamino tetra-acético (Mn-EDTA), Mn-fosfito e Mn-glicina. Em misturas de tanque, aproximadamente 30% do Mn fornecido via MnSO4 e Mn-glicina precipitou junto com moléculas de glifosato, numa razão molar Mn:glifosato de cerca de 2:1. Espectros de absorção de raios X (XAS) dos precipitados indicaram que o ambiente químico do Mn independente da fonte utilizada, a técnica não mostrou evidências de formação de complexos solúveis. O uso de Mn-EDTA, bem como a manutenção do pH da mistura abaixo de 2,5 previne a precipitação, enquanto pH acima de 7 provoca a formação de MnO(OH). Soluções/dispersões de MnSO4, MnCO3, Mn-EDTA e Mn-fosfito, com e sem glifosato aplicadas em folíolos de soja causaram danos na cutícula foliar, independente da mistura de glifosato. Com exceção do MnCO3, todas as fontes aumentaram o conteúdo de Mn nos pecíolos das folhas tratadas. A mistura de glifosato reduziu a absorção e transporte de Mn quando fornecido via MnSO4 e Mn-fosfito, mas análises com XAS não mostraram evidências de complexação intracelular de Mn pelo glifosato. O manganês absorvido é transportado em um ambiente químico similar se fornecido via MnSO4 e Mn-fosfito, mas o Mn-EDTA foi encontrado em sua forma original nos pecíolos tratados. A absorção de gotas de MnSO4 e Mn-EDTA, com e sem glifosato, foi monitorada por 72 horas, revelando tendência sigmoide de absorção. A mistura de glifosato diminuiu a absorção foliar de MnSO4 devido à precipitação de complexos sobre a superfície foliar, mas não apresentou efeitos sobre a absorção de Mn-EDTA. A absorção de MnCO3 seguiu comportamento linear, sendo absorvido muito lentamente. A aplicação de glifosato em conjunto com o MnSO4 aumentou a atividade da enzima superóxido dismutase (SOD), provavelmente devido à indisponibilização de Mn para absorção foliar. Os resultados apresentados neste estudo mostram que a eficiência da adubação foliar com Mn é reduzida devido a interações que ocorrem em soluções em que há a disponibilização de íons Mn2+ livres para complexação em pH acima de 2,5. Não foram encontradas evidências de complexação dentro da planta. Neste sentido, a escolha de fontes quelatadas, como o Mn-EDTA, é uma alternativa que pode viabilizar a aplicação de misturas de tanque em lavouras de soja resistentes ao glifosato sem perda eficiência na operação (AU)

Processo FAPESP: 18/13401-7 - Espectroscopia de raio-X revelando os efeitos do glifosato sobre a absorção foliar de manganês em soja
Beneficiário:Bianca de Almeida Machado
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado